Mais velhos e mais dependentes: o retrato do envelhecimento europeu em 2070

Jornalista
Em breve seremos mais e estaremos mais velhos: a população da União Europeia (UE) deverá aumentar de 449 milhões de pessoas em 2022 para 453 milhões em 2026, antes de diminuir para 432 milhões em 2070. Ao mesmo tempo, prevê-se uma “forte deslocação ascendente” da distribuição etária em todos os Estados-membros, com a dimensão dos grupos etários mais velhos a aumentar, enquanto os escalões mais jovens diminuem.
Esta é uma das principais previsões do recentemente divulgado Ageing Report, documento publicado a cada três anos pela Comissão Europeia – desde 2006 – que apresenta projeções demográficas, económicas e orçamentais detalhadas para os Estados-membros da UE e Noruega. O crescente aumento da esperança de vida não é novidade, mas o relatório distingue-se por explorar dados até 2070.
Daqui a 46 anos, Portugal terá uma população de aproximadamente 8,9 milhões de pessoas, das quais 33,6% com 65 ou mais anos. A análise indica que, nas próximas décadas, o rácio de dependência de idosos “aumentará acentuadamente” em todos os Estados-membros. Trata-se do rácio entre a população idosa e a população em idade ativa, que passará de 36% em 2022 na UE para 59% em 2070. No caso de Portugal, a subida é ainda maior: de 40,7% para 67,8%.
Na base está o aumento da esperança média de vida à nascença, que sobe na UE de 78,4 em 2022 para 86,1 em 2070 nos homens e de 84 para 90,4 nas mulheres. Em Portugal, o crescimento é semelhante: nos homens de 79,6 para 86,9 e nas mulheres de 85 para 90,4. Em 2070, os homens portugueses com 65 anos podem esperar viver mais 24, enquanto as mulheres mais 26,7, quando em 2022 a esperança de vida aos 65 era de 18,9 no sexo masculino e de 22,3 no feminino.
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