Ciência

Está aí um festival de meteoros. Como ver o auge da “chuvada espacial” das Perseidas

O fenómeno acontece anualmente, mas este é um ano excelente para observar a chuva de meteoros das Perseidas. O ponto alto é esta quinta-feira, ao fim do dia

Está aí um festival de meteoros. Como ver o auge da “chuvada espacial” das Perseidas

José Cardoso

Editor Adjunto

Todos os anos, a partir de meados de julho, e até meados de agosto, são visíveis mais estrelas cadentes do que é habitual noutras alturas do ano: é a famosa “chuva de estrelas” das Perseidas, observada há mais de 2.000 anos e que acontece quando a Terra atravessa o rasto de detritos deixado pelo cometa Swift-Tuttle. Estas chuvas de meteoros chamam-se Perseidas porque começam num ponto do céu localizado na direção da constelação de Perseu.

As Perseidas deste ano são promissoras para quem gosta de observar os fenómenos celestes. Isto porque, ao contrário do que tem acontecido noutros anos, a Lua estará na fase de Lua Nova (registada no passado dia 8) e, por isso, desta vez o céu estará escuro. Escuro quanto baste para tornar a “queda” de dezenas de meteoros por hora num grande espetáculo.

As Perseidas de 2021 registam-se entre 25 de julho e 18 de agosto. No entanto, a atividade mais alta (medida em número de meteoritos por hora, que pode chegar à centena) deverá ser nas madrugadas desta quinta e desta sexta-feiras. As melhores horas para ver mais meteoros, e mais brilhantes, são entre as 2h e as 5h das próximas duas madrugadas, mais coisa menos coisa: a Lua já se “pôs”, a constelação de Perseu já vai alta no horizonte e a rotação da Terra fá-la “entrar” na massa de meteoros, o que aumenta a velocidade relativa da sua entrada na atmosfera – logo as estrelas cadentes brilham mais.

Segundo as previsões de organismos especializados, a maior “chuvada” deverá acontecer esta quinta-feira, dia 12, entre as 19h e as 22h, hora de Portugal continental. Vá para um local com o mínimo possível de luz, habitue os olhos à escuridão durante uns minutos, olhe para cima e... desfrute.

Depois de sexta-feira, a atividade das Perseidas vai diminuindo gradualmente, até desaparecer. Para o ano, a partir de de julho haverá nova chuva de meteoros, quando a órbita da Terra voltar a atravessar o “campo” de detritos deixado pela cauda do Swift-Tuttle – e então, os pedaços de gelo e pedra que entram na atmosfera terrestre a uma velocidade de 59 quilómetros por segundo, a maior parte dos quais pouco maiores que um grão de areia, incineram-se e desintegram-se, proporcionando um novo espetáculo de luz e de cor.

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