À frente da nova loja do cidadão no Mercado 31 de Janeiro, em Lisboa, a meia dúzia de membros do partido Iniciativa Liberal colocou uma máquina com vários botões, pedindo aos utilizadores da loja que avaliassem o seu grau de satisfação. “Estimado contribuinte, como classifica os serviços públicos que o Estado lhe oferece?”
Houve quem se mostrasse satisfeito e recusasse carregar no botão da máquina. Mas mais comum foi haver quem saísse insatisfeito: por já não haver senha, por ter senha mas com dezenas de pessoas à frente ou por ter de voltar noutro dia por não ter conseguido resolver o que ali o levou. E esses casos, 'incentivados' por uma equipa de jovens apoiantes do partido, de panfletos na mão, foram os que mais vezes carregaram no botão.
Os problemas com os serviços públicos em Portugal, diz o cabeça de lista do partido por Lisboa, são a “má distribuição de recursos, os horários desfasados e a falta de incentivos para os trabalhadores”. João Cotrim Figueiredo defende a introdução de “sistemas de avaliação” na Função Pública, insistindo na necessidade de se apostar na “meritocracia”.
“Portugal poderia estar melhor do que está”, defende o candidato, considerando que esta noção é a que mais apoiantes tem atraído para o partido. “Temos uma produtividade hoje muito baixa. E achamos que a maior parte das pessoas não percebe por que é que não conseguimos dar o salto. Outros países com políticas liberais conseguiram dar grandes saltos.”
Ao PS, deixa críticas, por se ter “centrado na devolução dos rendimentos” e não “num investimento em competência”. E dá como exemplo a Proteção Civil. “Não foi transparente a forma como foram feitas nomeações. Ter um cartão do PS ainda não é sinónimo de competência.”
João Cotrim Figueiredo aponta dois grupos de eleitores onde o Iniciativa Liberal está a ter “mais sucesso”. Primeiro, entre os jovens que votam pela primeira vez e, depois, os abstencionistas, ou seja “os desesperançados que acham que os políticos são todos iguais e veem que nós somos diferentes”.
O cabeça de lista por Lisboa diz que a forma como têm feito a sua campanha “tem mais graça do que a de outros partidos”, mas garante que tem “substância”. “Somos irreverentes responsáveis”, afirma.
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