Operação Marquês

Operação Marquês. Um crime que ficou na gaveta

17 abril 2021 13:07

Micael Pereira

Micael Pereira

Grande repórter

O juiz Ivo Rosa concluiu que Sócrates foi corrompido, mas sem que haja provas do porquê. Por que razão não foi então pronunciado pelo crime de recebimento indevido de vantagem?

17 abril 2021 13:07

Micael Pereira

Micael Pereira

Grande repórter

Como na deflagração de uma bomba atómica, em que há vítimas que morrem de imediato e outras que definham à medida que essa deflagração se expande, os efeitos da decisão dada a conhecer na sexta-feira da semana passada pelo juiz de instrução, Ivo Rosa, sobre quem vai a julgamento no processo de corrupção mais relevante de sempre em Portugal vão fazer sentir-se por meses e anos no meio judicial e no meio político.

Entre as maiores surpresas que resultaram do despacho de mais de 6700 páginas com que Ivo Rosa mandou para julgamento cinco dos 28 arguidos que vinham acusados pelo Ministério Público, entre eles Sócrates (ainda que apenas por seis dos 31 crimes antes imputados), está o modo como deu como provado que o ex-primeiro-ministro foi corrompido sem, no entanto, o pronunciar por corrupção, numa espécie de “nim” difícil de entender.