Fernando Medina, o mais importante candidato do PS nas autárquicas, foi o primeiro a furar o silêncio dos socialistas: José Sócrates ouviu-o “com repugnância” dizer que o seu comportamento, como viver de entregas avultadas de dinheiro, “corrói o funcionamento da democracia”. Para Sócrates, aquele “personagem” cujo nome nem pronunciou estava a fazer-lhe “uma canalhice” a mando do líder do PS, cujo nome também não disse mas que acusou de “cobardia moral”. No dia seguinte, numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros, foi mais longe no ataque ao seu antigo partido: “O PS queria que eu fosse condenado sem julgamento.”
Perante a violência da reação do ex-líder — cujo Governo integrou e de quem foi porta-voz —, o presidente da Câmara de Lisboa diz ao Expresso que “o insulto e o apoucamento não surpreendem, como também não impressionam nem condicionam em nada”. Fernando Medina mantém “integralmente o que disse” e garante que continuará a dizer o que a sua “consciência ditar”, negando que tenha falado a mando do líder do PS: “Não falei com António Costa sobre este assunto.” Tomou a decisão de se pronunciar depois de ter ouvido a decisão instrutória e a reação de Sócrates “à saída do tribunal”. A entrevista à TVI só o fez reforçar o que já tinha dito: “Com tristeza ouvi, uma vez mais, José Sócrates falhar no fundamental da explicação ao país.”
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