Foi uma longa entrevista, a primeira a José Sócrates depois da decisão de Ivo Rosa. E começou com um José Sócrates paciente, à espera da sua oportunidade para se dizer vitorioso na decisão de sexta-feira. No arranque, o ex-primeiro-ministro só pediu “um mínimo de rigor” ao entrevistador, José Alberto Carvalho, para dizer que “o juiz não me declarou corrupto”, explicando que ainda se trata da “fase de instrução”. “O que se faz é definir se há ou não indícios para levar a tribunal”.
De seguida, veio uma crítica ao juiz que muitos criticam por o ter ilibado de seis crimes de corrupção. Uma crítica a anunciar uma tentativa de recurso da decisão, que ninguém sabe se pode ser aceite pelo Tribunal da Relação. É sobre o crime de que ele, Sócrates, acabou pro ser acusado (mesmo que em forma prescrita): “Esse crime não consta da acusação. E é falso, absolutamente falso, injusto para comigo e com o eng Carlos Santos Silva”.
O crime é de corrupção por ato indefinido, crime que Sócrates argumenta que “já não existe no Código Penal”. “Agora é vantagem indevida. Eu nem sabia que tivesse existido, sempre achei que a corrupção implicava um ato” concreto. Mas, vincou o ex-primeiro-ministro, “esse crime não só não existe como está prescrito. E nunca me foi apresentado em sete anos, para que me pudesse defender.”
O que Sócrates queria dizer na entrevista só o conseguiu dizer brevemente. Que “durante sete anos” se defendeu de outros crimes, que caíram. “Fiz prova de que aquelas acusações eram falsas”, alegou, a propósito da alegada corrupção em atos de governação.
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