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Operação Marquês

O dia em que o Ministério Público foi espancado em direto por um juiz

O dia em que o Ministério Público foi espancado em direto por um juiz
MARIO CRUZ / POOL

A reportagem do jornalista do Expresso que assistiu à decisão instrutória na sala do Campus da Justiça, duas filas atrás de José Sócrates. Ivo Rosa não deixou pedra sobre pedra na acusação mas há uma no sapato de Sócrates. Vai ser julgado por branqueamento e o juiz deu como provado que foi corrompido. Só não se sabe para quê.

O juiz Ivo Rosa deu literalmente a cara por uma decisão que deixou quase destruída a acusação do Ministério Público na Operação Marquês. Sem máscara, o que é raro nas salas de audiência dos tribunais desde que a pandemia de covid 19 rebentou, o juiz de instrução criminal avisou logo que a decisão "não" era a "favor ou contra ninguém" e de seguida bebeu um gole de água num copo que tinha à frente e arrasou quase por completo a acusação de mais de quatro mil páginas do procurador Rosário Teixeira, que uns metros ao lado ia já escrevendo o requerimento para o recurso contra a bomba que já adivinhava no ar.

Logo de início, o juiz Ivo Rosa considerou que há indícios de que o princípio do juiz natural foi violado com a atribuição do processo na sua fase inicial ao "juiz 1", a denominação burocrática de Carlos Alexandre, o outro juiz do Tribunal Central que, ao contrário de Ivo Rosa, sufragou quase todas as decisões do Ministério Público, incluindo a prisão preventiva de José Sócrates, que passou longos meses na prisão de Évora e depois em prisão domiciliária guardado por um agente da PSP.

Alexandre é como a Nemesis de Ivo. Mais favorável ao MP, contra o estilo mais garantístico do juiz que num tom calmo repreendia o MP a cada frase.

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