Luanda Leaks

Luanda Leaks. Como Isabel dos Santos comprou um apartamento no Mónaco por mais de 50 milhões

Luanda Leaks. Como Isabel dos Santos comprou um apartamento no Mónaco por mais de 50 milhões

Através da Athol Limited, de Malta, Isabel dos Santos comprou em 2015 um apartamento no luxuoso edifício Petite Afrique, no Mónaco. Por ele pagou mais de 50 milhões de euros. Quem o construiu foi a FPMC, dos irmãos Andrea e Pierre Casiraghi, filhos da princesa Carolina

Luanda Leaks. Como Isabel dos Santos comprou um apartamento no Mónaco por mais de 50 milhões

Micael Pereira

Grande repórter

Luanda Leaks. Como Isabel dos Santos comprou um apartamento no Mónaco por mais de 50 milhões

Miguel Prado

Editor de Economia

Parte da fortuna de Isabel dos Santos foi usada em negócios com uma empresa de Andrea e Pierre Casiraghi, filhos da princesa Carolina, do Mónaco. Segundo os documentos do “Luanda Leaks”, o mais recente projeto do consórcio internacional de jornalismo de investigação ICIJ, Isabel dos Santos e o seu marido, Sindika Dokolo, desembolsaram 55 milhões de dólares (cerca de 50 milhões de euros ao câmbio atual) para comprar um luxuoso apartamento no Mónaco. Quem o construiu? A Fine Properties Monte-Carlo, empresa que junta a família Casiraghi ao grupo italiano Pizzarotti.

No rés do chão do edifício Petite Afrique podemos encontrar a primeira loja Dolce & Gabbana do Principado do Mónaco. O edifício, com dez andares, foi um dos mais importantes projetos imobiliários de Andrea e Pierre Casiraghi. Custou cerca de 450 milhões de euros. Tem piscina e vista sobre o Mediterrâneo, situa-se na zona de Monte Carlo. O sexto andar ficou para Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, que o adquiriram discretamente: não em nome pessoal, mas através da empresa maltesa Athol Limited.

O edifício tem segurança privada durante todo o dia. “Aqui a palavra-chave é confidencialidade”, conta, segundo a Radio France Internationale (RFI), um vigilante do “Petite Afrique”, antes de recusar a entrada de curiosos no edifício.

O contrato de venda do apartamento descreve um amplo apartamento com hall, sala de jantar, com terraço virado a Sul, biblioteca, dois quartos principais e outros dois quartos de serviço para empregados, e direito a quatro lugares de estacionamento. O contrato, noticiado esta terça-feira pela RFI (um dos 36 meios que são parceiros do ICIJ, tal como o Expresso) faz parte do acervo de 715 mil documentos que integram o Luanda Leaks.

Isabel dos Santos e Sindika Dokolo criaram a sociedade instrumental para o investimento no Mónaco a 8 de novembro de 2012, em Malta. A empresa que comprou o apartamento chama-se Athol Limited. Entre os responsáveis da empresa figuram o advogado português Jorge Brito Pereira e o advogado maltês Noel Scicluna, antigo embaixador de Malta na Dinamarca, país do qual Sindika Dokolo tem cidadania.

A Athol começou por ter como acionista único Sindika Dokolo. “É um investimento imobiliário. Não vivemos no Mónaco. Não tem nada de ilegal, nem vejo o que haja a comentar”, declarou Sindika Dokolo à RFI e ao ICIJ.

Mas em 2014 Dokolo vendeu a sua posição à mulher. Isabel dos Santos ficou com 1999 ações da Athol e Jorge Brito Pereira com uma ação apenas. Uma solução similar à que o casal usou em vários negócios imobiliários pelo mundo fora, de Angola a Londres, passando pelo Dubai e Lisboa.

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