Luanda Leaks

Marido de Isabel dos Santos responsabiliza hacker português por fuga de informação: “Há vontade de nos fazer mal”

Sindika Dokolo e Isabel dos Santos
Sindika Dokolo e Isabel dos Santos
Gisela Schober/amfAR15/Getty Images

Em entrevista à Radio France Internationale, Sindika Dokolo negou as acusações que lhe são imputadas na investigação Luanda Leaks, acusando Angola de não estar a combater a corrupção no país mas a atacar “apenas uma família que opera no sector privado”

Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, garante que ambos sabiam que “várias” das suas empresas estavam a “ser alvo de um hacker português”, que acusam de estar a usar os documentos para prejudicar a família assim como “usar a imprensa para manipular opiniões e países estrangeiros”. Questionado pela Radio France Internationale, o colecionador de arte respondeu por escrito defendendo que os bens e contas bancárias foram congeladas porque “há vontade de fazer mal”.

“Existe uma vontade de nos fazer mal”, aponta Dokolo na entrevista publicada esta segunda-feira, algumas horas após a divulgação do Luanda Leaks, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação - do qual o Expresso e a SIC fazem parte - e que este domingo revelou os esquemas financeiros que fizeram de Isabel dos Santos a mulher mais rica de África.

“Até o timing desta investigação é suspeito”, considera, afirmando que a PLMJ, uma das empresas de advogados com quem a família trabalha, foi vítima de um ataque informático. “Isto é o Armagedão, o regime alega que está a fazer isto em nome do combate à corrupção mas não estão a atacar os agentes das empresas públicas acusadas de desvios, estão a atacar apenas uma família que opera no sector privado”, disse. “Têm de ter muito medo político da minha mulher para fazerem isto. Querem responsabilizar-nos por toda a corrupção e bancarrota de Angola”, acrescenta ainda Dokolo.

Confrontado com a compra de um apartamento de 50 milhões de dólares no Mónaco, o empresário congolês defendeu que se tratou de “um investimento imobiliário”, que nem ele nem Isabel dos Santos vivem no principado e que “não há nada de ilegal”. “Não percebo o que há para comentar nisto.”

Este domingo, a investigação Expresso/SIC, coordenada pelo consórcio Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), revelou um esquema de ocultação que começou a ser montado quando Isabel dos Santos foi nomeada pelo pai para liderar a petrolífera estatal Sonangol. Dá ainda conta de como a mulher mais rica de África geriu a petrolífera e como a ligou ao seu império empresarial.

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