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União Europeia

Quase um milhão de pessoas na UE é sujeita a trabalhos forçados: nova diretiva quer banir produtos que beneficiam desta “escravidão moderna”

Campo de algodão no Uzbequistão, outro país que tem estado sob escrutínio da comunidade internacional por recurso a trabalhos forçados
Campo de algodão no Uzbequistão, outro país que tem estado sob escrutínio da comunidade internacional por recurso a trabalhos forçados
VYACHESLAV OSELEDKO

Em todo o mundo, há quase 28 milhões de pessoas submetidas a trabalhos forçados, incluindo 3,3 milhões de crianças. Instituições europeias estão a preparar legislação que quer retirar do mercado único os produtos “contaminados”

Em todo o mundo, existem 27,6 milhões de pessoas submetidas a trabalhos forçados, incluindo 3,3 milhões de crianças. Os produtos que fazem chegam a nós nas mais variadas formas, em produtos finais montados em fábricas com condições desumanas mas também como componentes de objetos que manuseamos diariamente.

Só na UE, a Organização Internacional do Trabalho estima que esta é uma realidade que afeta 880 mil pessoas. Estamos a falar de “uma forma de escravidão moderna”, em que as “condições económicas a que são sujeitas” obriga as pessoas a trabalhar, denuncia a eurodeputada Maria Manuel Leitão Marques (PS), vice-presidente da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores.

Nalguns casos, exemplifica, as pessoas “não podem sair da sua empresa porque estão endividadas perante o seu patrão”, noutros o “intermediário que as colocou nesse trabalho retém os seus documentos até que lhe seja paga a viagem”

É para fazer face a estes números que o Parlamento Europeu (PE) está a trabalhar numa nova diretiva que visa banir estes produtos. Quando implementada, será a primeira legislação da União Europeia a conferir poderes às autoridades dos estados-membros para proibirem e retirarem um produto do mercado interno quando ficar provado que foi fabricado ou transportado com recurso a trabalho forçado.

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