União Europeia

Conselho Europeu: Costa defende conferência de paz e diz que ação de Israel tem de ser “direcionada” ao Hamas

Charles Michel e António Costa
Charles Michel e António Costa
JOHANNA GERON/Reuters

O primeiro-ministro defendeu a realização de uma conferência para a paz no Médio Oriente no prazo de seis meses, apresentada por Pedro Sanchez. Proposta ficou nas conclusões do Conselho Europeu que terminou esta sexta-feira

Conselho Europeu: Costa defende conferência de paz e diz que ação de Israel tem de ser “direcionada” ao Hamas

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Os 27 líderes europeus acordaram esta sexta-feira apelar a “pausas humanitárias” e à criação de verdadeiros corredores humanitários em Gaza e isso é o que o primeiro-ministro quer “relevar” das conclusões do Conselho Europeu. No final da reunião, o primeiro-ministro preferiu não se focar nas divisões internas da União Europeia sobre este assunto e vincou a sua defesa de que a “ação militar” de Israel se deva confinar a atacar o Hamas, poupando a população civil.

A ação militar tem de ser focada e direcionada para atingir esse grupo terrorista e tem de evitar a todo o custo danos colaterais em populações civis, inocentes, que têm de ser protegidas e cujo direito à vida com dignidade tem de ser assegurado pela comunidade internacional”, defendeu o primeiro-ministro, para quem “é essencial não confundir um grupo terrorista com o conjunto da população de Gaza”.



Das conclusões do Conselho Europeu consta também uma proposta para a realização de uma conferência para a paz no Médio Oriente, a realizar no prazo de seis meses, proposta pelo líder do Governo espanhol, Pedro Sanchez. Uma ideia que recolheu o apoio de Costa, que “acha bem”.

Apesar das conclusões, os 27 dividiram-se sobre a semântica a utilizar com vista a tentarem influenciar o conflito no Médio Oriente. Costa compreende as divisões, porque todos partem de “posições históricas bastantes distintas relativamente a Israel” e isso “condiciona muito a forma como diferentes países se posicionam neste contexto”.

“É uma Europa a 27”, respondeu quando questionado se tinha ficado desiludido com as conclusões do Conselho Europeu, uma vez que a sua posição era mais avançada do que aquela que acabou por ser aprovada. “O que relevava é o esforço de, a partir de diferentes posições”, se conseguir “uma posição comum”.

No Parlamento nacional, o primeiro-ministro acabou por ir além, na semana passada, daquilo que tinha ficado acordado no anterior Conselho Europeu por videoconferência. Esta tarde argumentou que procurar uma posição comum “não significa que nos diferentes fóruns cada um afirme por si próprio e o faça de acordo com as suas convicções, sem qualquer restrição”.

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