Rússia

Ativista russo pró-guerra e crítico de Putin detido por terrorismo

Sergei Udaltsov
Sergei Udaltsov
MAXIM SHEMETOV/Reuters

Udaltsov é o líder da Frente de Esquerda, um grupo de partidos políticos que se opõem a Putin e estão associados ao Partido Comunista

O ativista russo Sergei Udaltsov, favorável à guerra e crítico do Presidente russo, Vladimir Putin, foi esta quinta-feira detido preventivamente por alegados crimes de terrorismo, indicou a sua advogada à agência noticiosa estatal TASS. Udaltsov é o líder da Frente de Esquerda, um grupo de partidos políticos que se opõem a Putin e estão associados ao Partido Comunista.

Desempenhou um papel de destaque nos protestos de 2011-2012 -- as maiores manifestações na Rússia desde o desmoronamento da União Soviética -- e foi brevemente aliado do líder da oposição entretanto encarcerado, Alexei Navalny. Enquanto vários ativistas, advogados e figuras da oposição foram detidos e metidos na prisão no país desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Udaltsov distingue-se deles por ter apoiado a guerra e a anexação da Crimeia, mantendo-se, no entanto, crítico de Putin.

Hoje, Udaltsov escreveu no seu canal da plataforma digital Telegram que a polícia estava a bater à porta para realizar buscas em sua casa. A sua advogada, Violetta Volkova, disse à TASS que aparelhos eletrónicos foram confiscados durante as buscas, que um processo penal foi aberto contra Udaltsov por "justificar o terrorismo" e que ele foi levado para interrogatório e mantido sob custódia policial.

De acordo com Volkova -- que indicou desconhecer com que se relaciona o processo penal - é provável que o seu cliente seja presente a tribunal na sexta-feira e que, se for acusado e considerado culpado, poderá enfrentar uma pena de até sete anos de prisão.

Em dezembro, um tribunal de Moscovo condenou Udaltsov a 40 horas de trabalhos forçados por incumprimento de procedimentos para organizar uma manifestação, depois de ter sido detido na Praça Vermelha, onde tentou desfraldar uma bandeira com a imagem do ditador soviético Josef Estaline, segundo a TASS.

Udaltsov foi anteriormente preso em 2014 e condenado a quatro anos e meio de prisão por acusações relacionadas com o seu papel na organização de uma manifestação de 2012 contra Putin que se tornou violenta. Protestou contra a sentença fazendo greve de fome antes de ser libertado em 2017.

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