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Rússia acusa Ucrânia de interferir em protestos antissemitas que levaram ao fecho de aeroporto no Daguestão

Rússia acusa Ucrânia de interferir em protestos antissemitas que levaram ao fecho de aeroporto no Daguestão
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Putin convocou uma reunião para "discutir as tentativas ocidentais de utilizar os acontecimentos no Médio Oriente para dividir a sociedade russa"

O Kremlin atribuiu esta segunda-feira os incidentes antissemitas no aeroporto do Daguestão (território russo, de maioria muçulmana) a “uma interferência externa”, sem identificar a origem, mas que o líder da república do sudoeste da Rússia disse ser a Ucrânia.

Centenas de pessoas invadiram no domingo o aeroporto principal da república de maioria muçulmana após apelos na rede Telegram para procurarem passageiros judeus de um voo de Israel, num protesto contra a guerra na Faixa de Gaza.

"Os acontecimentos de ontem [domingo] em torno do aeroporto de Makhachkala são, em grande medida, o resultado de interferências externas, incluindo a influência da informação", disse o porta-voz do Kremlin.

Dmitri Peskov anunciou que o Presidente Vladimir Putin convocou uma reunião para esta segunda-feira à noite para "discutir as tentativas ocidentais de utilizar os acontecimentos no Médio Oriente para dividir a sociedade russa".

Peskov não especificou a origem da suposta interferência, mas o líder do Daguestão, Sergei Melikov, disse que os distúrbios foram organizados a partir da Ucrânia, sem fornecer qualquer prova.

"Recebemos hoje informações absolutamente fiáveis de que o canal 'Dagestan Mornings' é gerido e regulado a partir do território da Ucrânia", afirmou Melikov, citado pela agência espanhola EFE.

"Alá é grande", gritou a multidão exibindo bandeiras palestinianas

As autoridades do Daguestão disseram que mais de duas dezenas de pessoas ficaram feridas durante uma intervenção das forças de segurança no aeroporto, que foi encerrado, e que 60 pessoas foram detidas.

Nove dos feridos são agentes da polícia e dois deles foram hospitalizados, segundo o departamento do Ministério do Interior para o distrito federal do Cáucaso do Norte.

A agência de aviação russa anunciou esta segunda-feira que o aeroporto de Makhachkala "está de novo totalmente operacional", depois de ter sido encerrado no domingo devido aos incidentes.

Melikov disse sentir-se envergonhado pelos distúrbios e sugeriu que os participantes lavassem a honra "juntando-se a um batalhão de voluntários ou assinando um contrato com o exército" para combater na Ucrânia.

A multidão que tomou o aeroporto da capital do Daguestão, exibindo bandeiras palestinianas, gritou palavras de ordem antissemitas e "Allahu Akbar" (Alá é grande), segundo meios de comunicação social russos, como o Echo of Dagestan.

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