“A aprovação desta legislação histórica não é apenas um passo em frente, mas uma mudança fundamental na equação global da migração”, afirmou, em comunicado, Rishi Sunak, depois de aprovada a lei que permite o repatriamento para o Ruanda dos requerentes de asilos que entrem ilegalmente no Reino Unido. O projeto do primeiro-ministro conservador sofria resistências e obstáculos há dois anos, mas agora, após a ratificação por parte do rei Carlos III, os voos de deportação podem começar dentro de 10 a 12 semanas.
A ideia é dissuadir os migrantes de entrarem ilegalmente no Reino Unido; só este ano chegaram 6265 migrantes, que atravessaram o Canal da Mancha. Rishi Sunak pretende “tornar muito claro que quem vier para cá ilegalmente não poderá ficar”. O secretário de Estado do Interior, James Cleverly, disse que tratar-se de um “momento marcante do plano britânico para parar os barcos [em inglês, stop the boats]”.
“Politicamente, a aprovação deste projeto de lei foi uma vitória muito necessária para o primeiro-ministro Sunak”, diz ao Expresso Filippo Trevisan, professor de Comunicação Política na Escola de Comunicação da Universidade Americana. “Mas, para torná-lo um sucesso estratégico, Rishi Sunak precisa agora desesperadamente de imagens de migrantes a serem colocados em voos para o Ruanda, para chegarem aos meios de comunicação britânicos antes das eleições gerais, que terão lugar ainda este ano”, prossegue o analista. “Dada a quantidade de grupos que planeiam opor-se à implementação desta nova legislação, através dos tribunais, é quase certo que será efetivamente posta em prática nas próximas semanas e, caso seja suspensa, Sunak será ridicularizado pela esquerda e atacado pela direita por não ser capaz de cumprir esta política, que é de assinatura, é a sua marca.”
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