Quando, em 2010, David Cameron prometeu reduzir o saldo migratório – diferença entre o número de pessoas que chegam a um país e o número de cidadãos que saem – para menos de 100.000, não podia esperar que, poucos anos depois do Brexit, os números da imigração no Reino Unido evoluíssem para níveis sem precedentes desde a era vitoriana (1850). Cameron, agora ministro dos Negócios Estrangeiros, demitiu-se do cargo de primeiro-ministro em 2016, no dia seguinte ao referendo que promoveu, e que ditou a saída do Reino Unido da UE. Uma das ideias promovidas pelos defensores do Brexit era precisamente o controlo da imigração: como é possível, então, que os níveis de imigração no Reino Unido sejam agora tão elevados, com saldos migratórios a subirem, nos anos pós-Brexit, de 200.000 para 745.000?
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