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Boris Johnson enganou o Parlamento, “várias vezes”, consciente que o fazia. Eis o relatório sobre “festas” do ex-PM britânico na pandemia

Boris Johnson numa das festas que afirma terem sido “essenciais” para fins de trabalho
Boris Johnson numa das festas que afirma terem sido “essenciais” para fins de trabalho
D.R.

Boris Johnson, ex-primeiro-ministro britânico, mentiu ao Parlamento “várias vezes” e esteve sempre consciente de que estava a enganar os deputados. É esta a conclusão arrasadora do relatório do Comité dos Privilégios Parlamentares, que desde junho investiga a conduta de Johnson nos dias após se terem descoberto provas das festas na sua residência oficial durante a pandemia. Os seus críticos pedem que não volte à vida política

Boris Johnson enganou o Parlamento, “várias vezes”, consciente que o fazia. Eis o relatório sobre “festas” do ex-PM britânico na pandemia

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Boris Johnson “enganou o parlamento várias vezes”. Esta é a primeira conclusão do relatório publicado esta quinta-feira pelo Comité dos Privilégios Parlamentares, um grupo de sete deputados, quatro deles do Partido Conservadores de Johnson, que esteve um ano a investigar o que é que Johnson sabia realmente sobre as festas que aconteceram na sua residência oficial durante a pandemia. Segundo o comité, sabia muito e disse pouco quando foi questionado, por diversas vezes, sobre o chamado ‘partygate’.

O comité identificou pelo menos quatro ocasiões em que Johnson pode ter mentido ao Parlamento, incluindo quando disse, em dezembro de 2021, que nenhuma regra ou orientação foram quebradas - quando investigações subsequentes da investigadora especial Sue Gray e da Polícia Metropolitana descobriram o contrário.

A recomendação do comité seria para que Johnson fosse suspenso da Câmara dos Comuns por 90 dias, “por desacatos repetidos e por tentar minar o processo parlamentar”, mas isso já não vai acontecer porque Johnson afastou-se pelo próprio pé.

O que vai acontecer, sim, é a cassação do “passe de ex-deputado”, ou pelo menos é essa a recomendação do comité. Sem passe, os deputados e ex-deputados deixam de ter acesso a uma série de zonas vedadas ao público em Westminster e em outros eventos que se realizem em outros locais do país.

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