Valores, voz e virtude: três conceitos que definem a convulsão atual na política britânica. Os valores tradicionais estão a desaparecer, a voz das maiorias também e as elites intelectuais e políticas pensam que detêm todas as virtudes necessárias para gerir o país, sem precisarem de ouvir ou consultar as massas que não estudaram em Oxford nem conhecem todas as capitais europeias.
É neste estado de coisas que o cientista político britânico Matthew Goodwin, que já aconselhou dezenas de políticos e escreveu um dos primeiros livros sobre a onda populista que percorreu como uma corrente eléctrica as democracias mais fortes do Ocidente a partir da crise financeira de 2008, encontra o seu próprio país em 2023.
Mais de meia década depois do referendo sobre a saída da União Europeia, o comprimido que era suposto servir como antibiótico de largo espectro contra a desconfiança nos políticos acabou por não dissolver sequer os mais leves sintomas da doença. Como o próprio Goodwin diz, em entrevista ao Expresso, “era suposto o ‘Brexit’ ter acabado com alguma da distância entre as elites e as pessoas, mas isso não aconteceu”.
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