Internacional

Portugal desaconselha viagens para a Ucrânia mas não fala em retirada

Augusto Santos Silva. FOTO | Dursun Aydemir/Anadolu Agency via Getty Images
Augusto Santos Silva. FOTO | Dursun Aydemir/Anadolu Agency via Getty Images

Face à “iminente” invasão russa da Ucrânia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros recomenda que os portugueses evitem deslocações não essenciais e que os emigrantes saiam “temporariamente” do país. Para já, não há qualquer indicação quanto à embaixada em Kiev

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) aconselha que os cidadãos portugueses evitem deslocações não essenciais e que os emigrantes saiam “temporariamente” da Ucrânia, perante a escalada da tensão no país.

“Recomendamos vivamente que nenhum português que não precise de se deslocar à Ucrânia agora por razões estritamente indispensáveis e essenciais que não o faça”, afirmou o ministro Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas, em Paris.

Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, desaconselham-se também deslocações para a região do Donbass, no leste da Ucrânia, ou para zonas próximas da fronteira com a Federação Russa e com a Bielorrússia. Para os cerca de 240 emigrantes portugueses no país, Santos Silva sublinhou que “aqueles que não tenham de permanecer por razões essenciais na Ucrânia, que ponderem afastar-se temporariamente” do país.

Santos Silva falava após ter sido publicado um aviso sobre a situação de segurança, no portal das comunidades, a recomendar que os portugueses evitem deslocações à Ucrânia. “Devido à tensão militar crescente junto às fronteiras da Ucrânia, não sendo de excluir um agravamento da situação de segurança, desaconselham-se as viagens para a Ucrânia que não sejam estritamente essenciais”, pode ler-se no aviso do Portal das Comunidades Portuguesas, que sublinha que as informações são “suscetíveis a alterações a qualquer momento”.

O Expresso tentou também perceber se haverá alguma nota por parte da diplomacia portuguesa sobre o funcionamento da embaixada em Kiev, mas para já não existe qualquer informação nesse sentido. “O Governo está atento à situação da Ucrânia e tem estado em contacto com os 27 Estados-membros da União Europeia (UE)”, disse ao Expresso fonte oficial do MNE, remetendo para mais tarde eventuais indicações.

A Alemanha e a Bélgica juntaram-se também este sábado à lista de países que apelaram à saída dos seus cidadãos da Ucrânia, face à invasão “iminente” do país. EUA, Grã-Bretanha Holanda, Noruega, Letónia, Austrália, Nova Zelândia e Japão fizeram recomendações no mesmos sentido, enquanto Washington planeia a retirada da embaixada em Kiev e já deu ordem para a saída do pessoal não essencial.

Entretanto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, apelando este sábado a uma “resolução diplomática” da “escalada militar” na Ucrânia e prometendo uma “resposta transatlântica resoluta, massiva e unida”. Biden e Putin têm também uma conversa telefónica prevista para hoje.

 

 

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