Todas as sextas-feiras, juntam-se ali dezenas de pessoas à volta da rotunda. À volta da rotunda, como se fosse do mundo: o apelo torna-se visual. À distância, as ‘t-shirts’ brancas, sob um sol radioso e o céu azul, confundem-se com a imagem retirada de um anúncio a que os anos 1990 os habituaram, quando a paz era uma promessa, e promover a convivência tranquila entre povos estava na moda. Eles, que tinham assistido ao 7 de Outubro de 2023 (o ataque em larga escala de membros do Hamas e de outros grupos jiadistas contra os israelitas); que tinham acreditado porventura numa guerra rápida e que agora testemunhavam a fome e o “derramamento de sangue”, para os quais queriam um fim, permanecem determinados ali, em Beit Jala, uma cidade maioritariamente cristã palestiniana na província de Belém, na Cisjordânia, a centenas de metros de altitude, 10 quilómetros a sul de Jerusalém, no lado oeste da estrada de Hebron.
“É um lugar que está localizado entre Jerusalém e Belém, por isso tem um significado muito especial”, esclarece Sulamain Khatib, de 53 anos. A manifestação maioritariamente silenciosa na rotunda obriga quem passa a escolher o seu caminho: não só entre a direção das saídas, mas também decidindo se acompanhará o movimento pacifista.
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