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Guerra no Médio Oriente

“Reconhecer a dor do outro e pedir perdão”: a paz no Médio Oriente está “a um líder de distância”, diz membro da Fatah

O ativista e político palestiniano de Jerusalém Oriental, Samer Sinijlawi, é recebido pelo Papa Francisco durante uma audiência no Palácio Apostólico, a 17 de outubro de 2024
O ativista e político palestiniano de Jerusalém Oriental, Samer Sinijlawi, é recebido pelo Papa Francisco durante uma audiência no Palácio Apostólico, a 17 de outubro de 2024
Vatican Pool

“Não precisamos de um Nelson Mandela palestiniano, precisamos de um Ben-Gurion palestiniano.” Quem o diz é Samer Sinijlawi, político palestiniano e presidente fundador do Fundo de Desenvolvimento de Jerusalém. Visto como uma das figuras mais influentes para a “Prospect” este ano, tem desenvolvido esforços pela paz com Nasser Alkidwa, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano (e sobrinho de Yasser Arafat), o antigo primeiro-ministro israelita Ehud Olmert e Gershon Baskin, veterano negociador israelita que ajudou a garantir a libertação do soldado israelita capturado Gilad Shalit, do cativeiro do Hamas

O intelectual Samer Sinijlawi, de Jerusalém Ocidental, acusa o grupo islamita Hamas de sacrificar o seu povo. “O Hamas matou milhares de habitantes de Gaza num ataque suicida coletivo, sem se importar com nenhum deles”, diz. Defende uma nova liderança pragmática. Além disso, para o presidente do Fórum de Jerusalém para o Desenvolvimento e membro influente da Fatah, a guerra que decorre desde 2023 serviu apenas “para ganhar tempo político a Benjamin Netanyahu” e foi lançada por um Hamas “sem qualquer consideração pelo seu próprio povo”.

O intelectual defende que o grupo extremista deveria reconhecer o erro e entregar as chaves da Faixa de Gaza à Autoridade Palestiniana, para que, mesmo comprometida pela corrupção, esta entidade pudesse avançar para a paz. O seu plano de paz sustenta-se num novo caminho pragmático para os palestinianos — mais próximo de Ben-Gurion do que de Mandela, como diz nesta entrevista. “Se eu não conseguir convencer Israel a aceitar o Estado Palestiniano, não me ajudará outros 190 países reconhecerem o Estado Palestiniano. Precisamos de convencer apenas um Estado: Israel. Se convencermos Israel, o problema estará resolvido.”

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