Confronto expõe as diferenças que afastam os apoiantes de Donald Trump quanto ao papel que os Estados Unidos da América devem ter no conflito no Médio Oriente, iniciado pelos ataques de Israel ao Irão há já uma semana
Jornalista
Tucker Carlson, que é ex-pivô da Fox News e foi o braço direito de Donald Trump durante a campanha à presidência dos Estados Unidos, entrevistou o republicano Ted Cruz, no seu canal, e confrontou o senador sobre o conhecimento que tem do Irão, acusando-o de “não saber nada” sobre o país, num choque de posiçõessobre qual deve ser a intervenção dos EUA no conflito entre Israel e o Irão, que dura há já uma semana.
Na entrevista de duas horas, Tucker Carlson, que é contra a intervenção dos EUA no apoio a Israel contra o Irão, questionou Ted Cruz sobre o que sabe sobre o Irão, como por exemplo, quantos habitantes o país tem. Sem saber a resposta, e questionado repetidamente, o senador republicano, que defende uma intervenção militar norte-americana ao Irão, disse que não anda a “decorar tabelas populacionais”.
“Não sabe a população do país que quer derrubar?”, questionou Carlson, perguntando-lhe ainda qual é a composição étnica do Irão. “São persas, predominantemente xiitas”, respondeu Ted Cruz. “Não sabe nada sobre o Irão”, atirou o apresentador, num diálogo que foi colocado na rede social X e citado por vários jornais internacionais, ainda antes de a entrevista ter ido para o ar na quarta-feira.
A discussão entre os dois apoiantes de Donald Trump agravou-se quando Ted Cruz referiu haver já operações militares em curso. “Estamos já hoje a realizar ataques militares”, afirmou na entrevista, clarificando depois que o que queria dizer era que os americanos já estavam a apoiar os ataques israelitas e não que os EUA estavam a atacar diretamente o Irão.
O confronto das duas posições acontece numa altura em que Donald Trump ainda não deu certezas sobre o que irá fazer em relação a uma eventual intervenção militar americana ao conflito no Médio Oriente. Por seu lado, o Irão já avisou que uma intervenção dos EUA ao lado do seu aliado israelita resultará numa “resposta severa”.
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