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Guerra no Médio Oriente

Gaza não será a Riviera: o plano de Israel “parece uma ficção distópica” feita de arame farpado e ressentimento

Palestinianos deslocados, incluindo crianças, aglomeram-se para receber refeições quentes distribuídas por instituições de solidariedade
Palestinianos deslocados, incluindo crianças, aglomeram-se para receber refeições quentes distribuídas por instituições de solidariedade
Getty Images

Israel assumiu que quer intensificar as suas operações em Gaza, projetando até a incorporação de mais território, tendo em vista a humilhação total do Hamas. Os analistas temem o pior: a agudização da insegurança, tanto para palestinianos, quanto para israelitas

“A capacidade de atenção de Donald Trump é curta, e parece ter-se aborrecido com Gaza.” É John Strawson, perito em Estudos do Médio Oriente e, em concreto, no conflito israelo-palestiniano, e docente na Universidade de East London, que o constata, depois de os ministros israelitas terem aprovado um plano para capturar toda a região de Gaza e para lá permanecerem por tempo indeterminado.

O plano, aprovado esta segunda-feira, foi anunciado como parte dos esforços de Israel para aumentar a pressão sobre o Hamas, de forma a libertar reféns e negociar um cessar-fogo nos termos israelitas. Mas duas autoridades israelitas adiantaram também que o plano inclui a deslocação de centenas de milhares de palestinianos para o sul de Gaza. A intensificação das operações na Faixa de Gaza será lenta e gradual, de acordo com as mesmas fontes. “A população será transferida para a sua própria proteção”, afirmou Benjamin Netanyahu, num vídeo publicado no X. O primeiro-ministro israelita garantiu que os soldados israelitas não entrarão em Gaza para lançar ataques e depois recuar. “A intenção é o oposto disto”, disse.

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