Guerra no Médio Oriente

Hamas liberta os seis reféns previstos, Israel deverá libertar 620 palestinianos

Hamas liberta os seis reféns previstos, Israel deverá libertar 620 palestinianos
MOHAMMED SABER

Os militares israelitas confirmaram que os seis reféns foram libertados e entregues à Cruz Vermelha, um deles é luso-israelita

As tropas israelitas confirmaram que os seis reféns do Hamas foram libertados e entregues à Cruz Vermelha, este sábado. A libertação destes reféns, feita em dois momentos e locais diferentes, estava prevista como parte do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

O último refém a ser libertado já regressou a Israel, de acordo com os militares israelitas. Apesar de não ter sido imediatamente identificado, espera-se que seja Hisham Al-Sayed, 36 anos, um beduíno israelita, com um histórico de doença mental, que atravessou para Gaza pelos próprios meios, em 2015, e esteve cativo deste então.

Cinco outros reféns foram libertados durante a manhã deste sábado, com cerimónias em palco que tanto Israel como a Cruz Vermelha condenaram no passado. Já o último dos seis reféns foi libertado separadamente, sem cerimónia.

Um total de 25 israelitas reféns foi libertado na primeira fase do cessar-fogo.

Entre os reféns libertados estava o luso-israelita Omer Shem Tov. Além do refém com nacionalidade luso-israelita, foram libertados Omer Wenkert e Eliya Cohen, tendo os três sido raptados do festival de um festival de música em outubro de 2023.

No início da manhã, dois outros reféns foram libertados na cidade de Rafah, em Gaza: Abera Mengistu, israelo-etíope, há mais de uma década sequestrado pelo Hamas, e Tal Shoham, israelo-austríaco levado do kibutz Beeri em outubro de 2023.

Após mais de 15 meses de guerra, que fizeram pelo menos 48.208 mortos e mais de 111 mil feridos, as partes em conflito alcançaram em meados de janeiro um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro e previa a troca de 33 reféns israelitas mantidos em cativeiro pelo Hamas por centenas de palestinianos encarcerados em prisões de Israel.

Israel prevê libertar 620 palestinianos, incluindo o prisioneiro mais antigo

Depois da libertação dos seis reféns, Israel vai avançar com a libertação de 620 prisioneiros e detidos palestinianos, este sábado, incluindo Nadel Barghouti, o prisioneiro mais antigo (há 45 anos), e 24 mulheres e crianças de Gaza.

Segundo a lista distribuída pela Autoridade para os Assuntos dos Prisioneiros e pela Comissão Palestiniana de Prisioneiros e Detidos, 445 dos libertados foram detidos em Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, incluindo 24 mulheres e crianças, e 11 foram detidos no mesmo local, mas antes dessa data.

Quarenta e três pessoas serão levadas para a Cisjordânia e Jerusalém Oriental e outras 97 serão deportadas para outros países.

A libertação deste sábado é a maior até à data. Normalmente, as pessoas detidas em Gaza depois de 7 de outubro são reenviadas para o enclave, enquanto muitos dos prisioneiros condenados a prisão perpétua são deportados.

Na troca do passado 15 de fevereiro, o então diretor da Comissão de Detidos, Qadura Fares, disse à agência espanhola EFE que os deportados poderiam ser distribuídos pelo Paquistão, Malásia, Qatar e Turquia, para além do Egito, para onde são sempre levados em primeira instância. Fares foi demitido esta semana pelo Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas. Segundo Fares, até ao momento, apenas a Turquia, para além do Egito, aceitou prisioneiros e os restantes países “estão a trabalhar nos elementos logísticos” para garantir a chegada de detidos.

Na ausência de confirmação de que os prisioneiros estão a ser levados para esses países, a inclusão do Paquistão, Malásia e Qatar na lista representa um passo em frente, uma vez que durante semanas nenhum outro Estado árabe tinha concordado em receber os deportados.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate