Em novembro do ano passado — um mês após os ataques do Hamas de 7 de outubro —, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, estabeleceu um objetivo tão ambicioso quanto idealista: “Se querem a paz, destruam o Hamas. Se querem segurança, destruam o Hamas. Se querem um futuro para Israel, os palestinianos e o Médio Oriente, destruam o Hamas.” Embora várias autoridades israelitas tenham afirmado que o Hamas já não existe como força militar em Gaza, a guerra prossegue, ao contrário do que aconteceu com o Hezbollah e o Líbano, para os quais foi anunciado um cessar-fogo de 60 dias.
O enfraquecimento do grupo xiita libanês tem sido atestado pelos mais diversos analistas, que elencam a queda do regime Assad na Síria e as dificuldades do Irão em armar os seus grupos proxy. Quanto ao estado do Hamas, que se sabe mais débil, e ao objetivo inicialmente fixado por Netanyahu, as atualizações têm sido escassas.
O Hezbollah sempre foi uma organização muito maior do que o Hamas, além de muito mais bem equipada. A organização libanesa possuía 30 mil a 40 mil rockets de alcances variados, com drones aéreos e marítimos, mísseis guiados antitanque e armas ligeiras fornecidas pelo Irão, e os seus soldados eram qualificados em grandes operações de combate, lutando ao lado do Exército de Assad e das unidades da Guarda Revolucionária Iraniana na Síria, contra os curdos e os rebeldes anti-Assad.
Que rockets terão sobrado?
O Hamas, por outro lado, manteve-se praticamente inerte antes do ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, e concentrou-se no Governo de Gaza. Teve experiência em atividades terroristas de pequena escala e teve de partilhar o seu controlo de Gaza com outros grupos, como a Jihad Islâmica e a Brigada dos Mártires de Al Aqsa.
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