Em Kursk, em plena "rasputitsa" (período do ano na Europa de Leste em que as estradas se tornam tão escorregadias, por causa da chuva ou mesmo da neve, que as deslocações são dificultadas), as chuvas sazonais transformaram o solo em lama, dando à Rússia, que possui veículos preparados para o terreno no local, uma vantagem estratégica face aos carros ucranianos com rodas. Zelensky insiste que a situação foi estabilizada, mas o Instituto para o Estudo da Guerra, um observatório que tem acompanhado os avanços e recuos miltares de ambos os lados, refere que há “evidências visuais” de que a Rússia recapturou 46% do seu território em Kursk.
O problema que se colocou inicialmente era se a Rússia teria forças suficientes para conter a ofensiva ucraniana em Kursk e, simultaneamente, continuar as suas próprias operações na Ucrânia. Foi o que se verificou, aponta, em declarações ao Expresso, Emil Kastehelmi, um analista militar do Black Bird Group, com sede na Finlândia. “Depois de estabilizar a situação, a Rússia conseguiu iniciar contra-ataques na área, explorando pontos fracos, como a falta de defesas preparadas da Ucrânia e um número aparentemente limitado de forças. Zelensky ligou a operação Kursk ao seu plano de vitória, pelo que a perda de uma grande parte do território ocupado mina o significado político da operação e enfraquece o potencial de continuação da operação no futuro.”
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