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Guerra no Médio Oriente

Negar-se a combater numa sociedade que tem no exército a principal fonte de identidade: a história de Yuval Dag e outros ‘refuseniks’

Yuval Dag, num protesto em Telavive contra a ocupação dos territórios palestinianos
Yuval Dag, num protesto em Telavive contra a ocupação dos territórios palestinianos
D.R.

Yuval Dag tem 21 anos. Aos 18, como todos os israelitas, recebeu a carta para cumprir o serviço militar. Decidiu, por altura dos protestos contra a reforma judicial de Benjamin Netanyahu, que não iria fazer parte do exército, tendo sofrido por isso a censura de parte da família. Diz ao Expresso que o seu processo foi “fácil”, comparado com o que se passa com os jovens que recusam o alistamento agora, em tempo de guerra. Estas são as histórias de Yuval Dag, que já cumpriu a sua pena, e de Yuval Moav, Oryan Mueller e Itamar Greenberg, que estão presos

Negar-se a combater numa sociedade que tem no exército a principal fonte de identidade: a história de Yuval Dag e outros ‘refuseniks’

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Yuval Dag não se recusou a entrar no exército este ano. Esse profundo corte com a tradição da sua família, onde todos cumpriram o serviço militar, é produto de um longo processo de maturação de uma ideia, que só se tornou certeza na altura em que milhares de pessoas se manifestavam todos os dias contra a reforma judicial que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, tentava implantar. “Na verdade, nunca houve altura mais fácil para recusar”, admite. “Até tive o apoio público dos partidos de centro.”

Em Israel, “todos os miúdos sabem, desde muito novos, que é isso que nos espera”, começa por dizer. “É como ir à escola, mas ainda mais provável, porque muita gente até pode nem frequentar a escola regular e vai na mesma cumprir o serviço. Lembro-me de ter, não sei, seis, sete anos, e falar sobre o exército, sobre como ia ser quando eu fosse. E estávamos sempre a ouvir falar de personagens como Trumpeldor [Joseph Trumpeldor foi um ativista sionista que morreu em 1920 a defender uma aldeia de judeus] e de como é digno e honroso morrer no exército, a defender o país, etc.”.

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