Guerra no Médio Oriente

Tanques israelitas avançam no sul de Gaza, Netanyahu otimista com possível acordo para libertação de reféns: o 291.º dia de guerra

Milhares de palestinianos deslocados tentam encontrar um lugar para ficar, face às novas operações militares israelitas em Khan Yunis
Milhares de palestinianos deslocados tentam encontrar um lugar para ficar, face às novas operações militares israelitas em Khan Yunis
Anadolu

Palestinianos continuam a tentar fugir dos bombardeamentos em Khan Yunis, onde os tanques israelitas progridem pelo segundo dia consecutivo. Primeiro-ministro israelita mostra-se otimista com familiares de reféns sobre possível acordo de libertação. Fações palestinianas assinam acordo de “união nacional”. Eis o essencial desta terça-feira sobre a evolução do conflito no Médio Oriente

Pelo segundo dia consecutivo, os tanques israelitas avançaram em Khan Yunis, para a cidade de Bani Suhaila, enquanto os palestinianos fogem da zona. Israel indicou que o objetivo dos ataques naquela região da Faixa de Gaza é impedir o reagrupamento dos combatentes do Hamas. Desde segunda-feira, morreram pelo menos 80 palestinianos, de acordo com as autoridades sanitárias de Gaza.

Em Washington, o primeiro-ministro israelita encontrou-se com representantes das famílias de reféns, a quem transmitiu que um acordo que garanta a libertação pode estar próximo. “As condições [para um acordo] estão, sem dúvida, a amadurecer. Isto é um bom sinal”, afirmou Benjamin Netanyahu. “Infelizmente, não acontecerá de uma só vez, haverá etapas. No entanto, acredito que podemos fazer avançar o acordo”, acrescentou.

Em reação, um alto funcionário do Hamas disse à Reuters que não há nada de novo na posição do líder israelita. “Netanyahu continua a empatar e está a enviar delegações apenas para acalmar a raiva das famílias dos prisioneiros israelitas”, declarou Sami Abu Zuhri.

Mais notícias do dia:

⇒ Um membro do gabinete político do Hamas anunciou que o movimento assinou um acordo de “unidade nacional” com outras fações palestinianas, incluindo a rival Fatah, após uma reunião na China. “Estamos empenhados e apelamos à unidade nacional”, afirmou Musa Abu Marzouk, após a assinatura do acordo, em Pequim, comprometendo-se a acabar com a divisão e procurar a criação de um governo de “reconciliação”.

⇒ O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, elogiou o acordo alcançado entre 14 grupos palestinianos e considerou que a unidade “é crucial para a paz e a segurança”. “A unidade palestiniana é crucial para a paz e a segurança e para promover as aspirações do povo palestiniano à autodeterminação e a um Estado palestiniano totalmente independente, democrático, contíguo, viável e soberano”, defendeu o porta-voz, Stéphane Dujarric.

⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel criticou a Fatah, do Presidente palestiniano Mahmoud Abbas, por ter assinado o acordo. “O Hamas e a Fatah assinaram um acordo na China para o controlo conjunto de Gaza após a guerra. Em vez de rejeitar o terrorismo, Mahmoud Abbas abraça os assassinos e violadores do Hamas, revelando assim a verdadeira face. Na realidade, isso não vai acontecer, porque o Hamas vai ser esmagado e Abbas vai ficar a observar Gaza à distância”, declarou Israel Katz em comunicado.

⇒ A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou “muita preocupação” com a possibilidade de uma epidemia na Faixa de Gaza, especialmente depois de ter isolado o poliovírus tipo 2 (poliomielite) em amostras de águas residuais. “Estou muito preocupado. Estou extremamente preocupado e não é só a poliomielite. Pode haver outras epidemias de doenças transmissíveis”, disse Ayadil Saparbekov, chefe da equipa da OMS para as emergências de saúde nos territórios palestinianos.

⇒ Cinco palestinianos, incluindo uma mãe e uma filha, foram mortos num ataque do exército israelita contra um campo de refugiados em Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, indicaram à France Presse responsáveis locais. As forças israelitas invadiram o campo durante a madrugada, que está localizado numa cidade situada no extremo ocidental da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.

⇒ O Governo do Iémen e os rebeldes hutis chegaram a um acordo para aliviar as tensões, anunciou a ONU. As partes informaram Hans Grundberg, enviado da ONU para o Iémen, que “tinham acordado várias medidas de desanuviamento”. O enviado agradeceu à Arábia Saudita pelo “papel importante” na obtenção do acordo, que prevê o “cancelamento de todas as decisões e procedimentos recentes tomados pelas duas partes contra os bancos e a cessação no futuro de qualquer decisão ou procedimento semelhante”.

Pode recordar os principais acontecimentos do dia anterior aqui.

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