Israel vai permitir, temporariamente, a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, assolada pela fome. Entrará através do porto de Ashdod e do ponto de passagem de Erez, anunciou esta sexta-feira o gabinete do primeiro-ministro israelita. Telavive aumentará ainda o fluxo de ajuda proveniente da Jordânia, que entra pela passagem de Kerem Shalom, no sul.
O gabinete de guerra autorizou o Governo a “tomar medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária”, a fim de “evitar uma crise humanitária” e “assegurar a continuação dos combates”, adianta um comunicado de Benjamin Netanyahu. A informação foi avançada horas depois de o Presidente dos Estados Unidos ter dito a este último, quinta-feira, que o futuro apoio de Washington a Israel em Gaza depende de novas medidas para proteger civis e trabalhadores humanitários.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, saudou a decisão de Israel, mas exigiu resultados concretos. Para o secretário de Estado, que falou à imprensa em Bruxelas, “são passos na direção certa, mas o verdadeiro teste são os resultados, e é isso que esperamos ver nos próximos dias e semanas”.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em território israelita, a 7 de outubro, que resultou na morte de 1170 pessoas no lado de Israel, na maioria civis assassinados naquele dia, segundo contagem da agência France-Presse, com base em dados oficiais israelitas. O Estado hebraico lançou uma operação militar de retaliação que já provocou mais de 33 mil mortos, na maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita Hamas.
Nações Unidas criticam Israel
A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã exigiu a Israel que cumpra rapidamente as suas promessas e frisou que o país “não tem mais desculpas”. Annalena Baerbock lembra que “o povo de Gaza precisa de todos os pacotes de ajuda”, através de uma mensagem na rede social X.
A pressão internacional sobre Netanyahu — que também enfrenta manifestações de milhares no seu país, em protesto por não ter recuperado os reféns sequestrados pelo Hamas e pela falha de segurança de 7 de outubro, a somar às suspeitas de corrupção sobre o governante —tem aumentado todos os dias. O Conselho dos Direitos Humanos da ONU exige o fim de todas as vendas de armas a Israel, numa resolução que cita receios de “genocídio” contra os palestinianos.
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