Mais de um terço dos edifícios da Faixa de Gaza foram afetados pelos ataques israelitas desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, indicaram hoje as Nações Unidas.
De acordo com um relatório divulgado, esta quinta-feira, o Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT) captou imagens de satélite de alta resolução em 29 de fevereiro, que mostram "um aumento significativo da destruição, em comparação com estudos anteriores", realizados em maio, setembro, outubro e novembro de 2023 e em janeiro de 2024.
"No total, 35% de todos os edifícios da Faixa de Gaza foram danificados, representando 88.868 estruturas, entre as quais 31.198 foram identificadas como destruídas, 16.908 como gravemente danificadas e 40.762 como moderadamente danificadas", especificou a entidade, antes de sublinhar que isto representa um aumento de 20 mil estruturas danificadas em relação a janeiro.
As províncias de Khan Yunis e Gaza sofreram o maior aumento dos danos, com um impacto "particularmente duro" em Khan Yunis, com 6.663 estruturas destruídas de um total de 12.279 que sofreram danos, em grande parte devido à ofensiva contra a cidade desde janeiro, quando esta se tornou um dos principais epicentros dos combates.
O relatório foi publicado cerca de uma semana depois de a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) ter afirmado que a ofensiva israelita já deixou 23 milhões de toneladas de escombros no enclave palestiniano, controlado pelo Hamas, movimento considerado terrorista pela União Europeia (UE), Estados Unidos e Israel.
A organização destacou que "serão necessários anos para remover todos os escombros e munições não detonadas que forem encontrados", sublinhando que "escolas, casas, clínicas e outras infraestruturas civis foram afetadas", num conflito em que as vidas de mais de dois milhões de pessoas foram "devastadas".
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