Mísseis do território rebelde no Iémen falham navio perto do estreito de Babelmândebe
Não se registaram feridos, perda de carga ou danos a bordo do navio-tanque comercial, um petroleiro químico, que navegava no estreito que separa a Ásia e África
Não se registaram feridos, perda de carga ou danos a bordo do navio-tanque comercial, um petroleiro químico, que navegava no estreito que separa a Ásia e África
Dois mísseis disparados do território controlado pelos rebeldes Houthi do Iémen falharam o alvo, um navio-tanque comercial que estava perto de Babelmândebe, estreito que separa os continentes da Ásia e África, revelaram hoje autoridades dos EUA.
Um navio de guerra americano também abateu um suposto 'drone' Huthis que voava na sua direção durante o incidente, disse a mesma fonte que é citada pela agência de notícias AP e que falou sob anonimato.
De acordo com a fonte, ninguém ficou ferido no ataque.
O navio alvo, o petroleiro químico Ardmore Encounter, com bandeira das Ilhas Marshall, viajava para norte em direção ao Canal de Suez, no Mar Vermelho, mostraram dados de rastreamento por satélite analisados pela Associated Press.
A embarcação era proveniente da Índia e levava a bordo uma tripulação de segurança armada, segundo dados transmitidos pelo navio.
A Ardmore Shipping Corp., proprietária e operadora do navio, emitiu um comunicado no qual reconhece o ataque.
"Ninguém embarcou no navio e todos os membros da tripulação estão seguros. A embarcação permanece totalmente operacional, sem perda de carga ou danos a bordo", refere a nota enviada à AP.
A empresa acrescenta que está em contacto próximo com as autoridades e a assistência militar está de alerta, prestando "apoio conforme necessário".
Já o grupo de rebeldes Huthi do Iémen, apoiados pelo Irão, não reconheceram imediatamente o ataque.
As Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido, dos militares britânicos, que fornecem avisos aos marinheiros no Médio Oriente, relataram anteriormente um incidente na mesma área do Encontro de Ardmore.
Também foi descrito um incidente na costa de Omã.
Os recentes ataques rebeldes expandem uma campanha dos rebeldes apoiados pelo Irão, que tem como alvo navios perto do estreito de Babelmândebe que separa os continentes da Ásia e África.
Aparentemente os alvos são quem não tem laços claros com Israel.
Esta situação está a pôr potencialmente em perigo as remessas de carga e energia que passam pelo Canal de Suez e amplia ainda mais o impacto internacional da guerra Israel-Hamas que assola a Faixa de Gaza.
Na noite de segunda-feira, um míssil também disparado pelos rebeldes Huthi atingiu um navio-tanque de bandeira norueguesa no Mar Vermelho, na costa do Iémen.
Analistas sugerem que os Houthis esperam reforçar o apoio popular em declínio após anos de guerra civil no Iémen entre os rebeldes e as forças apoiadas pela Arábia Saudita.
A França e os Estados Unidos não chegaram a dizer que os seus navios foram alvo de ataques rebeldes, mas admitiram que abateram em legítima defesa 'drones' Huthi que se dirigiam para os seus navios.
Não é conhecida, até agora, qualquer resposta de Washington aos ataques.
O transporte marítimo global tem sido cada vez mais alvo de ataques, à medida que a guerra entre Israel e o Hamas ameaça tornar-se num conflito regional mais amplo.
O fim da trégua e o reinício de uma ofensiva terrestre israelita e de ataques aéreos contra Gaza aumentaram o risco de mais ataques marítimos.
O estreito de Babelmândebe tem 29 quilómetros de largura no seu ponto mais estreito, limitando o tráfego a dois canais para remessas de entrada e saída, de acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA.
Os Huthis, que controlam a capital iemenita e outras regiões, fazem parte do que descrevem como um "eixo de resistência" contra Israel, juntamente com grupos como o movimento de resistência islâmica Hamas e o Hezbollah libanês, apoiados pelo Irão.
Num comunicado publicado nas redes sociais, os Houthis declararam que "vão impedir a passagem de navios em direção à entidade sionista" se os habitantes do território palestiniano, bombardeado por Israel há dois meses, não receberem mais ajuda humanitária, como alimentos e medicamentos.
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