“Encontrei um local para mim e para os meus filhos. As coisas estão um pouco melhores, pelo menos as crianças podem brincar lá fora. Estamos todos a rezar por um cessar-fogo permanente”, escreveu ao Expresso a professora de inglês Eman Basher, no dia 30 de novembro, quando o acordo de tréguas entre Israel e o Hamas ainda estava em vigor.
Eman, que vive em Gaza e tem 28 anos, está com os três filhos numa casa nos arredores de Rafah. Ou estava, sexta-feira, a última vez que respondeu ao Expresso. “As pessoas estão a morrer à fome. Falta tudo, o inverno está a chegar, está a ficar frio, chuva, tudo vai piorar se nada for feito”, escreveu através do Whatsapp.
Ficou sozinha com a prole num apartamento isolado, longe de qualquer supermercado, hospital, longe de uma estrada principal, num sítio sem outros prédios por perto. Ficou porque há uma casa de banho, e com três crianças e o frio a chegar, Eman recusou-se a ir com o resto da família para a “área segura”, assim designada por Israel.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt