Os islamitas radicais do Hamas construíram cerca 500 quilómetros de passagens secretas a profundidades de até 60 metros e é por ali que transportam armas, é ali que se abrigam das bombas de Israel e é pelos alçapões de acesso a esses túneis que lançam os morteiros contra o inimigo. Ao longo dos últimos 40 anos, a rede de túneis foi-se expandido e modernizando. Agora é uma vantagem estratégica para o Hamas
As Forças de Defesa de Israel (conhecidas pela sigla inglesa IDF) estão a aplicar a maioria dos seus esforços militares na destruição de uma rede de túneis construída ao longo dos últimos 40 anos pelo Hamas. Estende-se, hoje, por cerca de 500 quilómetros de ziguezagues no subsolo da Faixa de Gaza, a mesma extensão que o metro de Nova Iorque. Impressionante, se pensarmos que o território só tem 40 quilómetros de comprimento e entre 6 e 12 de largura.
Joel Raskin, geomorfologista e professor na Universidade de Bar-Ilan, em Israel, foi chamado a ajudar o seu exército em 2009, durante uma incursão militar em Gaza. As elites militares tinham-se apercebido amargamente — com o rapto do soldado Gilad Shalit, em 2006, de que este emaranhado de túneis passara de simples sistema de contrabando para se tornar vantagem estratégica do Hamas contra o Estado hebraico.
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