Ao longo dos últimos dias, os bombardeamentos contra Gaza intensificaram-se, as operações do Exército israelita no território expandiram-se, houve um corte de comunicações, e o desespero levou milhares de pessoas a invadirem armazéns e centros de distribuição das Nações Unidas à procura de bens básicos, como farinha. “Na noite passada [sexta-feira], o solo tremeu em Gaza. Atacámos acima do solo e no subsolo”, disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, sábado, acrescentando que a guerra contra o grupo islamita Hamas tinha entrado numa nova etapa.
“É o início da campanha das fases terrestres. Ainda haverá muitas batalhas cada vez mais intensas pela frente. Israel não tem sido particularmente claro – provavelmente por razões operacionais – sobre onde estão exatamente as suas tropas. Mas se olharmos para os relatos do jornal “The Washington Post”, entre outros, a maioria das tropas israelitas está fora das fronteiras de Gaza em vez de se deslocarem para o centro. Quando isso acontecer tornar-se-á uma campanha muito mais intensa”, disse Raphael Cohen, especialista do grupo de reflexão americano Rand Corporation, ao Expresso. Na tarde desta segunda-feira, noticiava-se que havia tanques israelitas nos arredores da cidade de Gaza, em aproximação pelo norte.
Analisando as declarações de Gallant, Cohen observa que se antecipam várias fases, a primeira das quais o lançamento de ataques aéreos e uma ofensiva terrestre, e a segunda “uma operação de limpeza” de baixo nível ao Hamas, antes de uma transição para o que se seguir. Situa os recentes desenvolvimentos na primeira fase, comentando que isso “sinaliza o início da operação terrestre de Israel em Gaza em grande escala”.
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