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Guerra no Médio Oriente

Uma guerra “longa e difícil”: Netanyahu define como objetivo principal “eliminar totalmente” o Hamas

Benjamin Netanyahu
Benjamin Netanyahu
ABIR SULTAN / EPA

Na primeira conferência de imprensa realizada desde os ataques de 7 de outubro, o primeiro-ministro israelita definiu dois objetivos: “eliminar totalmente” o Hamas e recuperar os cidadãos sequestrados. A entrar numa “segunda fase” da guerra, Netanyahu chamou “mentirosos” e “hipócritas” a quem condena as ações de Israel e declarou que a guerra será “longa e difícil”

Uma guerra “longa e difícil” para “eliminar totalmente” o “mal do mundo” que é o Hamas. É este o principal objetivo de Israel, traçado neste sábado por Benjamin Netanyahu durante uma conferência de imprensa. Esta foi a primeira vez que o primeiro-ministro israelita falou à imprensa desde os ataques do Hamas, perpetrados a 7 de outubro.

Além de eliminar o Hamas de forma definitiva, a segunda prioridade de Israel passa por resgatar os cidadãos sequestrados pelo grupo terrorista. “Esta será uma guerra longa e difícil. Será a guerra do bem contra o mal. Esta é a missão das nossas vidas, da minha vida. Juntos vamos lutar, juntos vamos ganhar”, declarou. Face às condenações de Israel devido aos ataques a Gaza que têm atingido civis palestinianos, Benjamin Netanyahu não se referiu ao assunto e considerou “mentirosos” e “hipócritas” os autores das críticas.

A conferência de imprensa arrancou com o primeiro-ministro de Israel a anunciar uma nova fase da guerra com um aumento das operações por via terrestre. “Ontem à noite [sexta-feira, dia 29], houve um aumento da força terrestre a entrar em Gaza, nas portas do mal”, anunciou. Também o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, confirmou um reforço das tropas israelitas “no ar, no mar e por via terrestre”. “Nas últimas 24 horas seguimos para uma segunda fase, o poder aéreo [de Israel] fez o chão tremer em Gaza. Isto é diferente de tudo o que o Hamas já experimentou, o Hamas nunca sofreu estes ataques”, declarou. E acrescentou: “não queremos estender a guerra, mas estamos prontos caso isso venha a acontecer”.

Durante o dia, Benjamin Netanyahu esteve a visitar representantes das famílias com elementos sequestrados pelo Hamas e garantiu que seriam feitos “todos os esforços” para os trazer de volta “a casa”. Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro israelita voltou a reforçar que as forças militares vão usar “todas as oportunidades” para ir buscar estas pessoas. “O meu coração está partido”, disse. Ainda assim, nas respostas aos jornalistas, o líder israelita deixou claro que esse está listado como segundo objetivo, depois da eliminação completa do Hamas. Benny Gantz, ministro do gabinete de Guerra israelita, garantiu que o exército está a atuar em “todas as frentes”. “Vamos defender o nosso país a qualquer custo e nunca nos vamos render”, disse.

Com a guerra entre o Hamas e Israel sob o foco do mundo, têm surgido posições diferentes quanto à condenação dos alegados crimes de guerra concretizados por Israel contra a população palestiniana. Uma das últimas polémicas surgiu quando António Guterres, secretário-geral da ONU, denunciou "claras violações" do direito humanitário em Gaza e lembrou que os ataques do Hamas "não vêm do nada" já que os palestinianos foram "sujeitos a 56 anos de ocupação sufocante" por parte de Israel. Estas declarações foram duramente criticadas pelas figuras políticas israelitas – o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, chegou mesmo a pedir a demissão do líder da ONU. Este sábado, Netanyahu deixou palavras claras para quem se posiciona contra Israel: “todos aqueles que nos condenam são mentirosos e hipócritas”.

O apoio dos Estados Unidos da América foi agradecido por Benny Gantz que pediu aos restantes países que se juntassem na “pressão” sobre o Hamas. O ministro do gabinete de Guerra israelita sublinhou que Israel irá fazer o que “achar melhor”, independentemente daquilo que for a opinião dos aliados. “Vamos ouvir os nossos amigos, mas vamos fazer o que é melhor para nós”. “Vamos defender o nosso país a qualquer custo, nunca nos vamos render. Nesta segunda guerra pela independência vamos lutar sempre que necessário”, vincou.

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