Guerra no Médio Oriente

Reservistas israelitas criticam o filho de Benjamin Netanyahu por não voltar para Israel, para combater

Yair Netanyahu, filho de Benjamin Netanyahu. Embaixada dos EUA em Jerusalém
Yair Netanyahu, filho de Benjamin Netanyahu. Embaixada dos EUA em Jerusalém
David Azagury U.S. Embassy Jerusalem

Enquanto milhares são convocados para combater, Yair Netanyahu, de 32 anos, continua em Miami

Soldados israelitas criticam o filho de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, por não se apresentar no país para combater na guerra atualmente em curso contra o Hamas, noticia o jornal britânico “The Times”.

Yair Netanyahu, de 32 anos, vive em Miami Florida nos EUA desde abril deste ano e trabalha como apresentador de podcasts. Numa altura em que cerca de 36 mil reservistas foram convocados para lutar, tem sido criticado pelos militares israelitas o facto de o filho de Netanyahu não ser abrangido, principalmente quando cumpre os requisitos para tal, nomeadamente pela sua idade.

Os soldados acusam-no de preferir manter-se a salvo: "Yair está a gozar a sua vida em Miami Beach enquanto eu estou na linha da frente", declarou um soldado israelita ao The Times. "Somos nós que estamos a deixar o nosso trabalho, as nossas famílias, os nossos filhos, para proteger as nossas famílias e o país, e não as pessoas que são responsáveis por esta situação”, acrescenta.

Os testemunhos prestados ao jornal britânico realçam uma crescente desconfiança para com a liderança do país: “Os nossos irmãos, os nossos pais, os nossos filhos, estão todos a ir para a linha da frente, mas Yair ainda não está cá. Isso não ajuda a criar confiança na liderança do país".

Esta não é a primeira polémica a envolver Yair, que em 2018, foi temporariamente banido do Facebook, após uma mensagem a apelar à expulsão dos palestinianos, como recorda a Al Jazeera.

Mais recentemente, em 2020, foi processado pela ativista política Dana Cassidy, depois de ter alegado que esta era amante do político Benny Gantz, adversário político de Benjamin Netanyahu. E já em 2023, foi condenado a pagar 34 mil dólares (mais de 32 mil euros) por essas mesmas acusações, segundo o “The Times of Israel”.

Há pouco mais de uma semana, a 17 de outubro, Yair Netanyahu participou numa iniciativa da ONG Yedidim USA, em Fort Lauderdale, e ajudou a separar os mantimentos doados aos soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) e às famílias israelitas afetadas pela guerra.

Texto de João Charréu, editado por Mafalda Ganhão

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