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Guerra no Médio Oriente

Gaza: “Imagine ter de reduzir a comida para não ir à casa de banho. Há 8 para 25 mil pessoas”, diz diretor do Programa Alimentar Mundial

Gaza: “Imagine ter de reduzir a comida para não ir à casa de banho. Há 8 para 25 mil pessoas”, diz diretor do Programa Alimentar Mundial
MOHAMMED SALEM/Reuters

Os camiões com ajuda humanitária que chegaram à Faixa de Gaza nos últimos dias representam “quase 3% do que teria entrado num dia normal”. As pessoas estão limitadas a um consumo de água entre um e três litros por dia, para todas as utilizações (em Portugal, cada cidadão consome em média 190 litros por dia). São números que o diretor para a Palestina do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, Samer Abdeljaber, apresenta, em entrevista ao Expresso. E ficam ainda as histórias daqueles que sofrem hoje num território pequeno e densamente povoado, para lembrar que o ser humano é muito mais do que métricas

A palavra é simples, mas a situação é tudo menos isso. “Acesso”. Como trabalhador humanitário, representante e diretor para a Palestina do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, Samer Abdeljaber só pede acesso: para fazer chegar os mantimentos das doações internacionais à Faixa de Gaza, para conseguir chegar às pessoas que precisam de ajuda e aos colegas, que trabalham em rede, quer se fale da ONU, quer se fale da Cruz Vermelha.

No terreno, a agilidade e a criatividade tomam o lugar da segurança, se alguma vez ali a houve. Samer Abdeljaber diz que não, mas também salienta que a crise nunca foi tão aguda e nunca os palestinianos sofreram tanto. Há falta de tetos, de água para beber, cozinhar e tomar banho, de luz e de energia até para carregar o telemóvel. Muitas pessoas não sabem se na próxima refeição poderão comer.

Há três anos a trabalhar a partir da base em Jerusalém e há 20 no Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, o trabalhador humanitário deixa, nesta entrevista com o Expresso, um alerta sobre o desespero de mais de dois milhões de pessoas retidas em Gaza.

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