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Guerra no Médio Oriente

Um hospital pode ser um alvo militar legítimo? O que é a proporcionalidade num conflito armado? A guerra é o caos mas tem leis. Saiba quais

Palestinianos em fuga dos bombardeamentos israelitas encontram abrigo em instalações geridas pelas Nações Unidas
Palestinianos em fuga dos bombardeamentos israelitas encontram abrigo em instalações geridas pelas Nações Unidas
MOHAMMED SALEM/REUTERS

A lei humanitária internacional, que gere o que se pode e não se pode fazer durante uma guerra, tem um primeiro pressuposto, lato e abrangente, porém útil como enquadramento: todas as partes envolvidas num conflito armado devem reduzir ao máximo as ações que possam afetar civis. E só há uma coisa que destrona a proteção de um civil: a ingressão num movimento armado, porque deixa de ser civil. Mas um hospital com civis pode ser um alvo militar? E as ordens para evacuações de cidades de forma a minimizar as baixas civis, são sempre legítimas?

Um hospital pode ser um alvo militar legítimo? O que é a proporcionalidade num conflito armado? A guerra é o caos mas tem leis. Saiba quais

Ana França

Jornalista da secção Internacional

A guerra da Ucrânia trouxe de novo a lei humanitária às conversas do dia a dia. Quando olhamos para a destruição de prédios habitacionais em cidades como Bucha ou Mariupol, além das valas comuns onde foram encontrados principalmente corpos de civis, é natural que seja difícil acreditar que a guerra tem regras, há uma lei que designa, por exemplo, os direitos dos prisioneiros de guerra, e define os atos proibidos. Danificar estruturas essenciais à vida civil é um desses casos - hospitais, centrais elétricas, locais de culto - mas a lei também considera crime de guerra negar a entrada de bens de primeira necessidade às populações presas no conflito - como a Rússia fez em Aleppo, na Síria, e Israel está a fazer em Gaza.

Nesta nova frente de guerra no Médio Oriente, que não é mais do que um novo capítulo numa disputa que se tem vindo a desenrolar há mais de um século, ainda que, nessa altura, bem mais longe das nossas preocupações a Ocidente, também já há indícios de que a lei humanitária internacional não esteja a ser totalmente respeitada.

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