Guerra no Médio Oriente

Ministro dos Negócios Estrangeiros: “É importante que não haja uma matança descontrolada em Gaza”

Ministro dos Negócios Estrangeiros: “É importante que não haja uma matança descontrolada em Gaza”
ANDREJ CUKIC

João Gomes Cravinho apela a Israel para respeitar as leis e as regras da guerra, e para ser prolongado o prazo do ultimato para a retirada de civis, porque é muito difícil fazer uma evacuação num território com as infraestruturas destruídas. E revelou estar a realizar contactos para a retirada de Gaza de um “pequeno número de portugueses”

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse numa entrevista à CNN Portugal este sábado que, apesar de apoiar Israel e condenar o Hamas, “é importante que não haja uma matança descontrolada de palestinianos em Gaza”.

Sem querer “condenar Israel pelo que se pensa que possa vir a ocorrer” depois de decorrido o tempo dado pelo Exército israelita para a retirada de civis da zona norte da Faixa de Gaza, o chefe da diplomacia portuguesa - que revelou ter falado hoje com o homólogo israelita “por iniciativa dele” -, chamou a atenção para o facto de “todas as vidas civis terem igual importância, sejam israelitas ou palestinianos”.

João Gomes Cravinho apelou a um novo prolongamento do prazo de evacuação, “para evitar vitimas civis”, porque “24h pode não ser suficiente”, uma vez que a Gaza “é um território onde as infraestruturas foram danificadas”.

O MNE reforçou a posição de portuguesa de “condenação inequívoca do Hamas" e de reconhecimento do “direito do Estado de Israel se defender, o que implica eliminar a fonte de ameaça militar”. No entanto, num recado para Israel, Gomes Cravinho recordou que “mesmo em guerra há leis e regras que devem ser cumpridas”, dando como exemplo os crimes de guerra cometidos pela Rússia.

Finalmente, “eliminando o Hamas” e a questão militar, o ministro argumenta que “o problemas de fundo não se resolve” se não se regressar à diplomacia.

Governo quer retirar portugueses de Gaza

O ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu que há “um pequeno número” de portugueses em Gaza e afirmou estar em contacto com Israel e o Egito para que possam deixar a zona.

“Temos a indicação de um pequeno número de portugueses em Gaza, portugueses e familiares não portugueses, mas familiares. Já transmitimos essa informação às autoridades egípcias e israelitas e estamos naturalmente expectantes quanto à possibilidade de saída dessas pessoas de Gaza”, disse também, em entrevista ao TVI Jornal.

João Gomes Cravinho não precisou o número exato de portugueses que estão em Gaza, cercada pelas forças armadas israelitas e de onde estão a fugir milhares de pessoas, nem precisou se há algum plano de retirada: “Neste momento, a saída de Gaza depende das autoridades egípcias e israelitas” e Portugal está em contacto.

“O que nós podemos fazer neste momento é falar com os egípcios e israelitas e é isso que temos vindo a fazer”, sublinhou o ministro português.

A agência Associated Press noticiou hoje, citando uma autoridade egípcia, que Cairo, Telavive e Washington alcançaram um acordo para permitir que os estrangeiros em Gaza possam atravessar a fronteira para o Egito, o que poderá acontecer ainda este sábado.

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