Médio Oriente

Autarca de comuna francesa distribui bandeiras da Palestina à população no dia em que se espera que França reconheça o Estado

Criança palestiniana nas comemorações do Dia de Nakba, 15 de maio de 2022
Criança palestiniana nas comemorações do Dia de Nakba, 15 de maio de 2022
SOPA Images

Macron anunciou em agosto que iria reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas desta segunda (22). Em Corbeil-Essones, o autarca incentiva os cidadãos a hastear a bandeira palestiniana nas varandas para em sinal de apoio

Emmanuel Macron anunciou que irá reconhecer o estado da Palestina. Ainda antes de se iniciar a comemoração dos 80 anos das Nações Unidas, de 23 a 29 de setembro, o presidente de França vai participar na Assembleia-Geral da ONU de dia 22, a primeira após a aprovação da Declaração de Nova Iorque, que estabeleceu um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o Hamas, a libertação de todos os reféns e a solução dos dois estados. É esperado que o reconhecimento seja anunciado neste dia.

Para celebrar este momento, o líder do Partido Socialista Francês (PSF), Olivier Faure, incentivou os presidentes de autarquias eleitos por esta força política a hastearem a bandeira palestiniana nos edifícios das respetivas câmaras em solidariedade com o povo.

Na comuna francesa de Corbeil-Essones, a 29 quilómetros de Paris, a bandeira está erguida na fachada da câmara desde abril de 2024. A iniciativa do autarca Bruno Piriou, ex-membro do Partido Comunista, influenciou outras autarquias de esquerda como a de Gennevilliers e Besançon, mas também a cidade de Roubaix, liderada pela direita, a hastearem a bandeira.

Piriou quer também, agora, assinalar o dia do possível reconhecimento e, por isso, afirmou que, na próxima segunda (22) irá distribuir 1.000 bandeiras aos habitantes. Ao jornal Libération anuncia que às 18h30 irá entregar as bandeiras para que estas sejam colocadas nas varandas das casas: “Uma forma de demonstrar solidariedade é pendurar à janela uma bandeira palestiniana. Por isso, tomámos a iniciativa”.

Abertamente apoiante e solidário com o povo palestiniano, o autarca esclarece que condena os ataques terroristas do Hamas de 7 de outubro e acrescenta que quer que Benjamin Netanyahu se “envergonhe” das suas ações. Desde o ínicio da guerra, já morreram cerca de 65 mil pessoas. Entre estes, cerca de 50 mil eram crianças, segundo informação anunciada pelo Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. No entanto, a relatora da ONU para os territórios palestinianos ocupados acredita que este número pode ser dez vezes maior.

Texto escrito por Margarida Nogueira, editado por Pedro Miguel Coelho.

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