A imprensa internacional revelou, nos últimos dias, três notícias que, em conjunto, parecem mostrar um plano para transformar Gaza em algo muito diferente do que devia ser: parte de um país para os palestinianos. O ministro da Defesa de Israel quer transferir os habitantes para um campo a sul, empresas americanas e israelitas já desenharam um plano económico para a Gaza do futuro (que pressupõe a saída da maioria dos habitantes) e há uma fundação que só distribui comida a sul, obrigando os habitantes do norte a longas deslocações. Estamos a assistir ao início da deportação forçada? Israel garante que ninguém será forçado a sair.
Os palestinianos passariam para uma “triagem de segurança” e, uma vez dentro do campo, não teriam permissão para sair. As Forças de Defesa de Israel (conhecidas pela sigla inglesa IDF) controlariam o perímetro, e, inicialmente, seriam transferidos para esse campo, a ser construído em Rafah, no sul de Gaza, os cerca de 600 mil palestinianos que vivem na área de al-Mawasi, perto da costa mediterrânica.
Numa segunda fase, toda a população de Gaza seria alojada neste recinto, a ser gerido por organizações internacionais ainda por designar. A fase final seria a implantação de um “plano de emigração” voluntário. Segundo o jornal israelita “Haaretz” são estas as diretrizes que o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, deu às IDF para a construção daquilo a que chamou “cidade humanitária”. Os críticos dizem que não é uma cidade, muito menos humanitária.
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