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Médio Oriente

Um campo para confinar palestinianos, uma fundação obscura e a “Riviera Trump” idealizada por dois funcionários de Tony Blair

Um grupo de ativistas na Coreia do Sul marcha contra o plano de Trump em retirar os palestinianos de Gaza
Um grupo de ativistas na Coreia do Sul marcha contra o plano de Trump em retirar os palestinianos de Gaza
Chung Sung-Jun

O ministro da Defesa de Israel apresentou esta semana um plano para confinar milhares de palestinianos naquilo a que chamou uma “cidade humanitária” no sul de Gaza. Os críticos dizem que o projeto é apenas a antecâmara de um plano de deportação forçada

Um campo para confinar palestinianos, uma fundação obscura e a “Riviera Trump” idealizada por dois funcionários de Tony Blair

Ana França

Jornalista da secção Internacional

A imprensa internacional revelou, nos últimos dias, três notícias que, em conjunto, parecem mostrar um plano para transformar Gaza em algo muito diferente do que devia ser: parte de um país para os palestinianos. O ministro da Defesa de Israel quer transferir os habitantes para um campo a sul, empresas americanas e israelitas já desenharam um plano económico para a Gaza do futuro (que pressupõe a saída da maioria dos habitantes) e há uma fundação que só distribui comida a sul, obrigando os habitantes do norte a longas deslocações. Estamos a assistir ao início da deportação forçada? Israel garante que ninguém será forçado a sair.

Os palestinianos passariam para uma “triagem de segurança” e, uma vez dentro do campo, não teriam permissão para sair. As Forças de Defesa de Israel (conhecidas pela sigla inglesa IDF) controlariam o perímetro, e, inicialmente, seriam transferidos para esse campo, a ser construído em Rafah, no sul de Gaza, os cerca de 600 mil palestinianos que vivem na área de al-Mawasi, perto da costa mediterrânica.

Numa segunda fase, toda a população de Gaza seria alojada neste recinto, a ser gerido por organizações internacionais ainda por designar. A fase final seria a implantação de um “plano de emigração” voluntário. Segundo o jornal israelita “Haaretz” são estas as diretrizes que o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, deu às IDF para a construção daquilo a que chamou “cidade humanitária”. Os críticos dizem que não é uma cidade, muito menos humanitária.

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