Médio Oriente

Israel confisca mais terras para expandir colonatos na Cisjordânia

Edifícios danificados no campo de refugiados de Jenin durante uma operação militar israelense na cidade de Jenin, na Cisjordânia, a 26 de junho
Edifícios danificados no campo de refugiados de Jenin durante uma operação militar israelense na cidade de Jenin, na Cisjordânia, a 26 de junho
ALAA BADARNEH

Milhares de metros quadrados de terras nas aldeias de Al-Mughayir e Jaba, a nordeste de Ramallah, foram confiscados como parte do processo de expansão dos colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada, disseram autoridades locais

Israel confiscou hoje milhares de metros quadrados de terras nas aldeias de Al-Mughayir e Jaba, a nordeste de Ramallah, como parte do processo de expansão dos colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada, disseram autoridades locais.

Segundo a Comissão de Resistência aos Muros e Colonatos na Palestina, um órgão do Governo de Ramallah, citada pela agência de notícias palestiniana Wafa, a área confiscada inclui Malakhi HaShalom, um assentamento ilegal estabelecido em 2015 em terras pertencentes à aldeia de Al-Mughayir.

A ordem israelita foi realizada sob o pretexto de declarar as terras como propriedade estatal, uma estratégia que a entidade afirmou fazer parte de um esforço mais amplo para legalizar e expandir os colonatos existentes, em concreto o de Malakhi HaShalom.

Os israelitas na Cisjordânia ocupada vivem em colonatos que, apesar de ilegais segundo os padrões internacionais, recebem frequentemente financiamento e apoio do Estado.

De acordo com a comissão palestiniana, com esta nova decisão, a área total confiscada na categoria de terras estatais ascende agora a 25.824 dunams (cada dunam equivale a mil metros quadrados), distribuídas por 12 ordens de confisco distintas.

Neste contexto de expansão territorial, são frequentes os ataques de colonos contra comunidades palestinianas e até contra as próprias forças de segurança de Israel.

Desde outubro de 2023, mais de 60 comunidades pastoris palestinianas foram deslocadas à força devido à violência dos colonos israelitas, segundo a organização não-governamental (ONG) israelita B'Tselem.

Entretanto, os colonos criaram 87 novos postos avançados – uma etapa anterior ao estabelecimento de um colonato – e pelo menos 40 colonatos judaicos nos últimos 19 meses, de acordo com a ONG Peace Now, que documenta a ocupação no território palestiniano.

Todos eles são ilegais segundo o direito internacional e representam um obstáculo direto à criação de um Estado palestiniano.

O anúncio de planos da expansão israelita na Cisjordânia ocupada acontece numa fase em que se aguardam resultados das negociações entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, após 21 meses de uma guerra que devastou o enclave.

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