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Médio Oriente

Paquistão ajudou os talibãs, mas guerra com o Afeganistão é agora possível por causa do TTP. Que grupo é este?

Talibãs comemoram, no Afeganistão, o terceiro ano no poder
Talibãs comemoram, no Afeganistão, o terceiro ano no poder
Anadolu

O Paquistão desempenhou um papel mais significativo no regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão. Os dirigentes paquistaneses esperavam, pois, que a ascensão dos extremistas islâmicos em Cabul conduzisse a uma repressão do TTP, um grupo talibã cujas raízes históricas, tribais e ideológicas são partilhadas com a organização que governa o país vizinho. Nos últimos três anos, as relações só pioraram e o potencial de agravamento das tensões continua elevado, como revelaram os acontecimentos das últimas semanas

As tensões ao longo da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão estão profundamente enraizadas na história da controversa Linha Durand, traçada durante o domínio colonial britânico, que dividiu o território afegão em duas partes. As autoridades afegãs, incluindo os talibãs, têm-se recusado consistentemente a reconhecer esta fronteira. A relação atribulada foi-se mantendo ao longo da história, mas os analistas acreditam que, sem o apoio e a proteção do Paquistão, a tomada do poder pelos talibãs no Afeganistão teria sido improvável. A relação voltou a deteriorar-se nos últimos três anos, com o surgimento de confrontos transfronteiriços.

Nos últimos dias de 2024, os talibãs afegãos lançaram uma onda de ataques de artilharia contra postos de controlo paquistaneses do outro lado da fronteira, elevando o risco de guerra entre os países vizinhos. O grupo islamita alegou ter destruído “várias” posições inimigas e enviado batalhões de combatentes para a fronteira, para antecipar qualquer resposta de Islamabade. Esta retaliação ocorreu depois dos ataques aéreos paquistaneses contra o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), um grupo próximo dos talibãs afegãos, que se refugia no leste do Afeganistão. As autoridades afegãs dizem que os ataques mataram 46 civis, sobretudo mulheres e crianças.

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