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Médio Oriente

Os contraditórios primeiros dias da Síria: manual de instruções para um novo país

Manifestação em Damasco para exigir a participação dos deslocados sírios e refugiados no processo político e no diálogo nacional
Manifestação em Damasco para exigir a participação dos deslocados sírios e refugiados no processo político e no diálogo nacional

A nova Síria enfrenta agora a dura tarefa de unir o que Assad desuniu, sem deixar nenhum sírio para trás. O novo líder de facto da Síria, Ahmed al-Sharaa, conhecido antes como Abu Mohammad al-Jolani, o seu nome de guerra dos tempos de jiadista, assumiu esta semana que as eleições só serão possíveis daqui a quatro anos

Os contraditórios primeiros dias da Síria: manual de instruções para um novo país

Ana França

Jornalista da secção Internacional

“Bashar, Bashar, que o teu coração arda no inferno”, canta um grupo de crianças a correr desembestadas pela cidade velha, pelo meio das motas e dos carros dos anos 90, escapes que se engasgam e cospem nuvens de fumo denso. As ruas são estreitíssimas, toda a gente fuma, tosse e canta ao mesmo tempo. Faltam minutos para a meia-noite, os carros apitam e só há uma música nos rádios, o hino não oficial da nova Síria: “Mantém a cabeça erguida, agora és um sírio livre”, sempre assim, só isto. O destino comum é a mesquita Omíada, uma das mais antigas do mundo, construída em 715 d.C., quase no início do Islão. Já era um local de culto na Idade do Ferro, quando os arameus construíram aqui um templo ao deus da chuva, Hadad.

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