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Médio Oriente

Cessar-fogo no Líbano celebrado nas ruas, mas Gaza ainda espera uma trégua: Netanyahu precisa da guerra, Trump não

Cessar-fogo no Líbano celebrado nas ruas, mas Gaza ainda espera uma trégua: Netanyahu precisa da guerra, Trump não
Adnan Abidi/Reuters

Quando Israel deu início à invasão de Gaza, em novembro de 2023, no seguimento do ataque de 7 de outubro, a milícia libanesa do Hezbollah juntou-se à luta dos palestinianos, atingindo o norte de Israel com constantes bombardeamentos. Israel respondeu, invadiu o Líbano, e agora o Hezbollah foi obrigado a aceitar um cessar-fogo que não contempla qualquer trégua para os palestinianos de Gaza. Irão, França, Estados Unidos, Líbano, todos aceitaram o acordo nestes termos. A coligação de Netanyahu não quer o fim da guerra, mas Trump, que está quase a chegar, quer. Resta saber que amigos vai o primeiro-ministro israelita privilegiar

Cessar-fogo no Líbano celebrado nas ruas, mas Gaza ainda espera uma trégua: Netanyahu precisa da guerra, Trump não

Ana França

Jornalista da secção Internacional

As notícias de que poderia estar para breve um acordo de cessar-fogo entre as tropas de Israel e a milícia libanesa xiita Hezbollah chegaram num dia e concretizaram-se no outro. O cessar-fogo já tinha sido tentado, logo no início do confronto e, por isso, durante as primeiras horas, os analistas mostraram-se céticos quanto à sua viabilidade. Ainda não é certo que esta trégua se mantenha pelos primeiros 60 dias que estão, de momento, acordados entre as partes, mas esta quinta-feira milhares de libaneses deslocados começaram a regressar às suas casas que tiveram de deixar nas primeiras semanas de guerra, apesar de Israel ter avisado que não podiam fazê-lo até que as forças do país tivessem abandonado permanentemente a área.

O cessar-fogo está a ser celebrado um pouco por todo o lado. Nas redes sociais veem-se pessoas abraçadas, em romaria ao sul, com bandeiras do Líbano desfraldadas das janelas dos carros e muitas fotografias do ex-líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah impressas e emolduradas. Um vídeo gravado na noite de terça para quarta-feira mostra pessoas a atirar arroz e ramos de flores ao exército oficial libanês, que deve agora tomar as posições de Israel. Nesta guerra morreram, até ao momento, cerca de 3700 libaneses e 126 israelitas, entre militares e civis, mais de 1,5 milhões de pessoas tiveram de deixar as suas casas no sul do Líbano. Cerca de 60 mil israelitas viram-se igualmente forçados a deixar as suas residências por ficarem ao alcance dos ataques do Hezbollah.

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