Médio Oriente

Líder da Mossad encabeça negociações em Doha, Hamas contabiliza mais de 40 mil mortes

Líder da Mossad encabeça negociações em Doha, Hamas contabiliza mais de 40 mil mortes
OMAR AL-QATTAA

Hamas recusa participar na mais recente ronda de negociações, em Doha, pedindo que seja aplicado o que já foi acordado, com base no roteiro de paz proposto por Joe Biden. E acusa israelitas de terem provocado mais de 40 mil mortes, na sua maioria civis

As conversações para uma trégua na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas foram retomadas esta quinta-feira em Doha, diz a agência France-Presse, citando uma fonte próxima. As negociações avançam no dia em que o número de mortes na Faixa de Gaza em resultado da ofensiva israelita ultrapassou os 40 mil, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.

O primeiro-ministro israelita aprovou o envio de uma equipa de negociadores chefiada pelo líder dos serviços secretos estrangeiros de Israel (Mossad), David Barnea, pelo seu homólogo dos serviços internos (Shin Bet), Ronen Bar, e pelo major-general Nitzan Alon, que supervisiona as conversações em nome do Exército.

Em cima da mesa está um acordo que permitiria a troca dos 111 reféns israelitas ainda detidos na Faixa de Gaza pela libertação de prisioneiros palestinianos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses sobre uma linha vermelha: o fim definitivo dos combates e a retirada das tropas israelitas do enclave.

No entanto, o Hamas recusou participar nestas negociações, pedindo que seja aplicado o que já foi acordado, com base no roteiro de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Joe Biden. Porta-vozes dos Estados Unidos asseguraram entretanto que o Qatar está a trabalhar para garantir que o grupo islamita esteja representado na reunião.

De acordo com o mediador norte-americano para o conflito Líbano-Israel, Amos Hochstein, a reunião deverá prolongar-se “durante vários dias”.

Para já, o Ministério da Saúde de Gaza anuncia que mais de 40 mil palestinianos morreram no enclave desde o início da guerra, 16.400 dos quais são menores. Os feridos em 314 dias de guerra ascendem a 92.401, depois de somados os 107 novos feridos que deram entrada no último dia nos hospitais da Faixa de Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas, a quase totalidade da população, está deslocada devido ao conflito.

Famílias israelitas realojadas

Entretanto, em Israel as autoridades anunciaram que quase todas as famílias israelitas retiradas dos arredores de Gaza após o ataque do Hamas, em 07 de outubro, foram já realojadas, anunciaram hoje autoridades de Israel, informando que na quarta-feira foram mortos cerca de 20 alegados combatentes.

Os supostos combatentes pertenciam a milícias palestinianas de Gaza lideradas pelo movimento islamita palestiniano Hamas, na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e foram mortos na quarta-feira pelo Exército de Israel.

Da Praça de São Pedro, em Roma, o Papa Francisco voltou a apelar à paz: "Continuo a seguir com preocupação a gravíssima situação humanitária em Gaza e peço mais uma vez um cessar-fogo em todas as frentes, a libertação dos reféns e a ajuda à população", disse o pontífice no final da oração do Angelus, citado pela agência Efe.

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