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Médio Oriente

E depois de Raisi? "Nem o Presidente mais reformista seria capaz de mudar a abordagem do Irão em relação à Faixa de Gaza e ao Hezbollah”

E depois de Raisi? "Nem o Presidente mais reformista seria capaz de mudar a abordagem do Irão em relação à Faixa de Gaza e ao Hezbollah”
Getty Images

A morte de Ebrahim Raisi deixou um enorme vazio no topo da liderança do Irão, tanto na presidência como na sucessão ao líder supremo, o ayatollah Ali Khamenei. Mas é improvável que a súbita saída de cena de Raisi incentive novos protestos pró-democráticos ou mudanças na sua política externa, considera o investigador luso-iraniano Mohammad Eslami. A participação política dos iranianos, essa sim, poderá aumentar

E depois de Raisi? "Nem o Presidente mais reformista seria capaz de mudar a abordagem do Irão em relação à Faixa de Gaza e ao Hezbollah”

Hélio Carvalho

Jornalista

Até este domingo, Ebrahim Raisi era a única certeza no futuro a curto prazo da República Islâmica do Irão. “E, agora, o principal jogador está morto”. O desaparecimento inesperado do Presidente iraniano, num acidente de helicóptero no nordeste do país, coloca em xeque a estabilidade política de um regime que, além de ter de resolver a continuidade da sua complexa liderança, tem a braços um forte sentimento de contestação, dentro e fora de portas.

Com 63 anos, eleito presidente em 2021, Raisi era o presente e o futuro do Irão. Apesar do escalar das tensões diplomáticas com Israel e da enorme onda de protestos do ano passado por causa da morte da jovem curda Mahsa Amini - que se converteu num símbolo internacional e inspirou um grito generalizado de revolta contra a repressão política, a corrupção sistémica e as políticas ultraconservadoras do regime face às mulheres -, a continuidade de Raisi era praticamente certa.

Crucialmente, o Presidente do país era visto como o grande favorito a suceder ao ayatollah Ali Khamenei como o líder supremo do Irão, tanto pelo próprio Khamenei, como pelo poderoso Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, as duas entidades máximas responsáveis pelo programa nuclear e pelas decisões de política externa.

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