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Médio Oriente

O que pode Israel ganhar (e perder) com a ofensiva em Rafah? E pode o Hamas lucrar com o atrito entre Biden e Netanyahu?

“Biden está certo: uma ofensiva em Rafah é uma derrota estratégica para Bibi”
“Biden está certo: uma ofensiva em Rafah é uma derrota estratégica para Bibi”
Fredy Builes

A possível incursão militar por Rafah abriu uma fissura nas relações entre os EUA e Israel. Mas, na avaliação dos custos e dos eventuais benefícios, o que pode Telavive ganhar com a ofensiva? Terá mais a perder, como refere Washington? A crise humanitária agravar-se-á, mas e o Hamas? Sairá mais fraco dos ataques a sul? Os analistas ouvidos pelo Expresso lembram que há muito mais do que a estratégia militar na avaliação dos prós e contras da operação

Tanques israelitas já capturaram a estrada principal que divide as secções oriental e ocidental de Rafah, tendo conseguido cercar a parte leste da cidade. As movimentações das Forças de Defesa de Israel levaram Washington a bloquear alguma ajuda militar ao seu aliado. “A passagem de Rafah foi encerrada após ter sido tomada por Israel, no início desta semana, o que também torna a situação humanitária mais difícil, dado que esta tem sido o principal corredor para assistência humanitária em Gaza desde o início da guerra”, lembra Michael Koplow, líder das políticas do Israel Policy Forum, uma organização judaica norte-americana que trabalha para uma solução negociada de dois Estados.

Esta é precisamente uma das questões na base do diferendo entre Washington e Telavive. Os Estados Unidos acreditam que um ataque israelita a Rafah desencadeará um desastre humanitário tão grave que anularia quaisquer ganhos que Israel pudesse obter. Há pelo menos um milhão de refugiados em Rafah, no sul de Gaza. “Para onde iria um milhão de pessoas e quem cuidaria delas?”, questiona Sean Foley, professor de História na Universidade do Tennessee Central, nos Estados Unidos, e perito em História do Médio Oriente. “Qualquer ataque a Rafah também poderia pôr em risco o destino dos restantes reféns que ainda estão vivos, alguns dos quais se acredita estarem em Rafah.” Mas vamos por partes.

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