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Um ano de guerra na Ucrânia

Odessa: "Esta é a nossa casa, o louco que nos invadiu é que tem de sair"

Odessa: "Esta é a nossa casa, o louco que nos invadiu é que tem de sair"
ALEXANDROS AVRAMIDIS
Da praia de Odessa, onde turistas e locais iam a banhos, chegaram a sair cerca de 30 mil sacos de areia por dia. Nos primeiros meses de guerra, centenas de voluntários uniram esforços na tarefa coletiva de produzir barreiras para proteger da ofensiva russa os monumentos da bela cidade do Mar Negro. Grão a grão, Odessa abrigou os seus símbolos da ameaça invasora. Esta é a primeira das crónicas de enviados da SIC à Ucrânia que publicamos ao longo desta semana, em que se cumpre um ano de guerra

Susana André, jornalista da SIC

O casaco amarelo de capuz destaca-se por entre a azáfama do areal e não é só pela cor. Mikhail tem seis anos e exigiu acompanhar a mãe num sábado particularmente frio: um grau centígrado em Odessa. A praia onde aprendeu a fazer castelos de areia é agora um cenário de guerra. Mikhail enche sem descanso os sacos que vão proteger os tesouros da sua cidade. Parou dez minutos, conta a mãe, para comer uma sopa e insiste que não está cansado. À sua volta, centenas de braços escavam, ensacam, transportam. De vez em quando uma pausa para um chá, café, uma sopa – preparados e servidos por dezenas de outros voluntários.

A tarefa coletiva tem a duração de um dia de trabalho. Das 9h às 17h, gente de todas as áreas tem agora um ofício comum - uma professora de inglês, um produtor de filmes, uma cantora de ópera, um engenheiro informático, um humorista.

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