Odessa: "Esta é a nossa casa, o louco que nos invadiu é que tem de sair"

Susana André, jornalista da SIC
O casaco amarelo de capuz destaca-se por entre a azáfama do areal e não é só pela cor. Mikhail tem seis anos e exigiu acompanhar a mãe num sábado particularmente frio: um grau centígrado em Odessa. A praia onde aprendeu a fazer castelos de areia é agora um cenário de guerra. Mikhail enche sem descanso os sacos que vão proteger os tesouros da sua cidade. Parou dez minutos, conta a mãe, para comer uma sopa e insiste que não está cansado. À sua volta, centenas de braços escavam, ensacam, transportam. De vez em quando uma pausa para um chá, café, uma sopa – preparados e servidos por dezenas de outros voluntários.
A tarefa coletiva tem a duração de um dia de trabalho. Das 9h às 17h, gente de todas as áreas tem agora um ofício comum - uma professora de inglês, um produtor de filmes, uma cantora de ópera, um engenheiro informático, um humorista.
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