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Dois anos de guerra na Ucrânia

Guerra na Ucrânia: as histórias de Roman e Olya, que protestam há 90 sábados seguidos no centro de Lisboa

Refugiados e residentes ucranianos em Portugal, manifestam-se na Praça dos Restauradores
Refugiados e residentes ucranianos em Portugal, manifestam-se na Praça dos Restauradores
Nuno Fox
Roman e Olya não fazem nada sozinhos. O esforço é de dezenas de ucranianos, eles foram só o veículo que transportou para o Rossio a vontade da comunidade em organizar um protesto semanal em Lisboa, com hora e local o menos variável possível, para que todos soubessem sempre que, mais dia menos dia, haveria ali alguém para os ouvir sobre o que perderam. A vida de ambos mudou nestes dois anos de guerra, oscilam entre a total descrença no sistema de regras da comunidade internacional e o espanto com os pequenos gestos de pessoas anónimas que recusam conformar-se. Este sábado, a guerra faz dois anos. E o protesto semanal assinala o seu 90.º dia. O Expresso publica uma série de artigos sobre os dois anos de guerra em grande escala na Ucrânia: análises, história, testemunhos e reportagens para entender o conflito
Guerra na Ucrânia: as histórias de Roman e Olya, que protestam há 90 sábados seguidos no centro de Lisboa

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Guerra na Ucrânia: as histórias de Roman e Olya, que protestam há 90 sábados seguidos no centro de Lisboa

Nuno Fox

Fotojornalista

Era cedo, meio escuro lá fora, Roman estava a lavar os dentes para seguir para o ginásio quando a sua mulher o chamou num soluço: “Roman, a guerra começou”, disse Aline. Ele não conseguiu reagir logo. “Fiquei bloqueado, nunca tinha tido uma experiência do género, uma onda de emoção começou a tomar conta de mim, não conseguia perceber o que me estavam a dizer”, diz Roman Stelmakh, 38 anos, que já vivia em Portugal há oito anos quando a guerra começou.

Correu para as redes sociais, onde é muito popular por causa da sua página, a WithPortugal, que ajuda com questões legais, burocracia e também oferece visitas turísticas a quem esteja a pensar a pensar vir viver para Portugal, sejam ou não ucranianos. “Tenho muitos seguidores da Rússia, pessoas de língua russa e então pensei: ‘vou já fazer um vídeo’, e fiz, onde pedia às pessoas da Rússia que me estivessem a ver para falarem com os amigos, conhecidos, com todos os que pudessem chegar às forças russas para pedir que depusessem as armas. Eu disse: ‘isto não é a vossa guerra, nós não fizemos nenhuma agressão, saiam da Ucrânia porque ninguém vai beneficiar com isto’”.

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