Guerra na Ucrânia

União Europeia avança com plano para criar “parede de drones” após violações do espaço aéreo europeu por aviões russos

União Europeia avança com plano para criar “parede de drones” após violações do espaço aéreo europeu por aviões russos
Feature China

Decisão surge após aviões de guerra russos terem invadido os espaços aéreos de Polónia, Dinamarca, Roménia e Estónia. Medida visa proteger os céus do leste da Europa

A União Europeia vai avançar com a criação de uma "parede de drones" para reforçar a sua defesa aérea e se proteger de possíveis ameaças russas, noticia o "The Guardian". Nas últimas semanas, aviões de guerra russos invadiram os espaços aéreos de Polónia, Dinamarca, Roménia e Estónia.

Após a reunião realizada com ministros de dez países europeus, além da Ucrânia, o comissário de defesa da União Europeia, Andrius Kubilius, anunciou que esta medida é uma prioridade para proteger o espaço aéreo do leste do continente europeu, que está próximo do país governado por Vladimir Putin. Segundo Kubilius, é necessário possuir um sistema de identificação eficaz, assim como capacidade para intercetar e destruir aeronaves.

Recentemente, a Dinamarca foi alvo de ataques russos em quatro aeroportos do país. A Polónia também foi alvo de drones russos, abatendo um avião que estava a sobrevoar órgãos governamentais.

Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, já afirmou que apoia o abate de aviões militares que invadam o espaço aéreo da NATO. O Kremlin, por sua vez, entende que esta atitude seria "irresponsável".

A declaração de Trump surge num momento em que o chefe de Estado mudou sua visão sobre o conflito na Ucrânia. Quando assumiu o Governo, o republicano entendia que seria fácil terminar a guerra, prometendo durante a campanha que faria isso em 24 horas. No entanto, após meses sem sucesso, admitiu estar "desiludido" com Putin.

A proximidade entre o Presidente norte-americano e o líder russo desvaneceu-se. Trump chegou a fazer críticas públicas a Zelensky, inclusive aquando da visita do homólogo ucraniano à Casa Branca este ano. Durante meses, Trump defendeu que Kiev deveria fazer concessões para chegar a um acordo com Moscovo.

Agora, porém, a postura do republicano é diferente. O Presidente dos EUAchamou à Rússia "tigre de papel" numa publicação nas redes sociais, ironizando o poder do exército que combate na Ucrânia. Além disso, admitiu pela primeira vez a possibilidade de Kiev recuperar todos os territórios perdidos durante o conflito.

A União Europeia deseja também investir mais 140 mil milhões de euros nos esforços de defesa ucranianos, utilizando ativos russos congelados no continente. Até ao momento, Bélgica, França e Alemanha impediram esta utilização. No entanto, o chanceler alemão, Friedrich Merz, mudou de posição e admitiu emprestar este valor sem juros a Kiev.

Os líderes europeus preparam-se agora para discutir a “parede de drones” e o empréstimo à Ucrânia durante a cimeira de Copenhaga, que decorrerá na próxima semana. O objetivo é chegar a um acordo até ao final de outubro.

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